O direito a dor e a todos os processos que envolvem o luto, ganham dimensão inédita para esta geração por conta da pandemia da Covid-19. Especialistas explicam que a emergência sanitária gerou diferentes consequências que ampliam as perdas, como a impossibilidade dos ritos de despedida e de uma retomada da vida como era antes.
O cenário atual significa um grande desafio emocional e psíquico. Neste contexto, há um rompimento do cenário de antes. É preciso uma reestruturação desse mundo presumido e gerar, aos poucos uma nova forma de se relacionar com a pessoa que morreu. A morte acaba com a forma, mas não acaba com o amor.
Para os estudiosos, diante de uma ruptura abrupta com a vida que conhecíamos, além das dúvidas sobre um “futuro esperado”, ambas geradas pela pandemia, a sociedade deve prezar pelo apoio, respeito mútuo e ouvidos solidários, que são fundamentais para ajudar pessoas que perderam amores de vida.
Uma das especialistas, Elaine Alves, professora da Universidade de São Paulo e pesquisadora em emergências e desastres, avalia que a pandemia é um desastre diferente daqueles episódios que os pesquisadores estão acostumados. “Normalmente, no desastre, o outro não é um risco para nós. Nessa situação, o outro passou a ser um risco. Passamos a ter medo do outro”.
Agência Brasil