5 pilares da inteligência emocional para por em prática

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Lá na metade dos anos 90, Daniel Goleman lançou o livro que conceituava algo já conhecido pelos psicólogos e cientistas há certo tempo: a “Inteligência Emocional”. 

No entanto, foi de uns anos para cá que o termo e seus 5 pilares ganharam força, tornando-se acessíveis e populares para milhares (ou até milhões) de pessoas, descomplicando os passos para uma vida mais equilibrada e saudável emocionalmente.

Mas o que é, por que é importante conhecer e como colocar em prática desde já?

Antes de mais nada, cabe dizer que inteligência emocional não é deixar de sentir, mas sim aprender a lidar com os sentimentos de uma maneira positiva para sua vida e suas relações (seja no relacionamento amoroso, com a família, amigos, no emprego ou com o mundo, de maneira geral).

Também é importante ter em mente que inteligência emocional não é sobre ter somente os sentimentos “positivos”, você ainda vai sentir raiva, tristeza, medo, ansiedade, entre outros. Sendo assim, por que é importante desenvolver essa competência?

Por meio da inteligência emocional, é possível gerenciar melhor as emoções, aprender como você funciona, o que evitar em determinadas situações. Ou seja, como usar seus sentimentos naturais a seu favor e não contra você mesmo (a).

Afinal, se é para facilitar a forma de viver bem, vale a pena tentar colocar em prática. Mas por onde começar? Que tal entender melhor sobre cada um dos 5 pilares da inteligência emocional?

Quais são os 5 pilares da inteligência emocional?

Assim como para correr uma maratona, em que você precisa começar com uma boa e simples caminhada, inteligência emocional é um processo que também exige treino e esforço. Porém, com o passar do tempo, vai ficando mais natural e fácil.

Dessa forma, o mais importante é começar o quanto antes, com pequenos passos. E para entender melhor essa jornada, é importante conhecer os 5 pilares da inteligência emocional. São eles:

Se conhecer

Antes de mais nada, você precisa iniciar seu próprio processo de autoconhecimento. Na prática, você pode listar suas características positivas e negativas, identificar quais os sentimentos mais presentes nos seus dias (vale até fazer um diário no papel, no celular ou mental mesmo).

Além disso, entender o que causou e qual foi o gatilho que despertou tais emoções. Por exemplo: hoje tive que sair de casa e senti medo por causa da pandemia. Sempre colocando a ação e o que ela causou em você. A partir daí, vamos para o segundo ponto: como você se expressa externamente.

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Lidar com você mesmo (a)

Se você é uma pessoa mais impulsiva, talvez esse seja um dos pilares mais desafiadores de aplicar. Pois a forma como você gerencia suas emoções quando elas aparecem diz muito sobre sua inteligência emocional.

A partir do momento que você passa a se conhecer e identificar o que te desperta determinado sentimento, você pode atuar para evitar se expor a tal situação ou lidar melhor com ela.

Por exemplo: quando alguém te critica, como você reage? Por mais infundada que seja a crítica, é comum iniciar um conflito (seja interno – quando você guarda pra si ou externo – quando você discute com o outro).

Mas começar a filtrar o que vale o desgaste de iniciar esse conflito, qual a verdade contida na crítica. Se é verdade, como é possível eu melhorar? A outra pessoa está disposta a te ajudar? Ou se não há verdade no que foi dito, por que se importar, se estressar ou se magoar?

Em resumo, nesse pilar, depois do sentimento, entra o pensamento antes da ação. Além disso, a capacidade de se adaptar às situações fora do seu controle entram nesse pilar.

Ter vontade de melhorar

Esse pilar de automotivação tem foco no otimismo. Mas vale ressaltar que é de um modo realista e não ilusório. Frequentemente, associamos o otimismo com estar sempre bem, feliz e animado. Vale lembrar que o “felizes para sempre” dos contos não existe.

Porém ter a consciência de que problemas, situações difíceis e adversidades são normais, é fundamental. Assim como enxergá-los como algo passageiro, que possibilitam novos aprendizados e a construção de uma nova versão, melhor e mais forte, de você mesmo (a) é uma dessas chaves da inteligência emocional.

Praticar a empatia

Do mesmo modo que você passa por fases e por sentimentos bons e ruins que estão em constante mudança ao longo de cada dia, as outras pessoas também vivenciam o mesmo. Por isso, a empatia é um dos pilares mais importantes da inteligência emocional.

A partir do momento que você se reconhece e descobre o que te agrada ou não, você pode ter empatia com aquilo que agrada ou não o outro.

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Ainda assim, vale lembrar que cada pessoa tem seu jeito, suas particularidades e sua história, portanto empatia não é sobre se colocar no lugar do outro (tarefa impossível), mas sim tentar se ver como o outro para entendê-lo e ser mais assertivo na relação, respeitando a individualidade da outra pessoa.

Dentro do ambiente de trabalho, essa característica permite que exista o senso de comunidade. Se, por um lado, o problema de um setor passa a ser problema da empresa toda, por outro, a conquista de uma área também passa a ser celebrada pelo todo.

É nesse pilar que nos vemos juntos ao mundo: seja na família, no amor, no trabalho ou onde quer que seja. Portanto, busque silenciar seu filtro do julgamento e da competição.

Se relacionar com os outros

Tão importante quanto se conhecer, saber lidar consigo mesmo (a) e acolher o outro, é importante saber gerenciar seus relacionamentos interpessoais. Basicamente, esse pilar representa colocar tudo que você aprendeu nos demais pilares em prática nas suas relações.

Seja com amigos, familiares, colegas, gestores ou companheiros (as), nem sempre é fácil se relacionar. Entretanto, são diversas as técnicas que podem auxiliar no dia a dia, para você se comunicar melhor, ser mais assertivo, impor limites e aprender com o outro.

Por último, mas não menos importante, esse pilar incentiva a busca por indivíduos que te inspiram a ser melhor, mentores, referências, pessoas que já atingiram objetivos que você tenha para a sua vida.

Ao contrário do que possa parecer, aplicar os 5 pilares no dia a dia precisa ser feito de maneira simples e gradual ou a prática não se sustenta por muito tempo.

Da mesma forma que quando você segue uma dieta muito restritiva, o pé na jaca vem forte em pouco tempo junto com a menor vontade de retomar a dieta. Quando você se força a uma mudança muito brusca em pouco tempo, a chance de voltar atrás é grande.

No entanto, o ser humano tem uma capacidade natural de se renovar, tudo pode ser aprendido e treinado, então respeite seu próprio tempo e caminhe aos poucos para sua melhor versão.

Enquanto praticar esses pilares ainda não se torna um hábito, que tal encontrar na leitura materiais que te estimulem a seguir nesse caminho de evolução pessoal e profissional?

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Pensando nisso, listamos também 5 livros para te acompanhar nessa caminhada:

  • Inteligência Emocional: Daniel Goleman tem uma série de livros (o primeiro de 1995) sobre o tema, com foco nas diferentes relações e aspectos da vida. Nesse caso, vale começar por aquele que faz mais sentido para você no momento;
  • A Coragem de ser Imperfeito: Brené Brown é uma escritora sensacional que vale a pena conhecer. Neste livro, ela aborda a questão de sermos vulneráveis e a beleza de sermos seres humanos;
  • O Poder do Hábito: Charles Duhigg dá diversas dicas de como mudar hábitos prejudiciais e cultivar bons hábitos;
  • Picos e Vales: um livro curtinho, mas muito esclarecedor sobre os altos e baixos da vida, do Spencer Johnson;
  • O jeito Harvard de ser feliz: Shawn Achor escreve sobre os benefícios da psicologia positiva na felicidade e no trabalho, além de elencar 7 princípios dessa prática.

Além da leitura, há outros exercícios que podem ajudar: ouvir músicas, assistir filmes e séries, buscando identificar seus sentimentos (seja por meio das personagens ou da forma como você se sente ao assistir/ouvir) e dar nome a eles.

Por exemplo: se identificar com o sofrimento da mocinha, que fica magoada, triste, aflita com determinada situação. Ou ainda ver alguma cena que te deixa com raiva, entre outras.

Também existem técnicas e terapias que podem contribuir para esse processo de olhar para si, o mindfulness e a yoga são bons exemplos.

Desde que nascemos e ao longo de toda a nossa vida, temos sentimentos e nos relacionamos com outras pessoas e com o meio que vivemos. Portanto, desenvolver a inteligência emocional é algo que ultrapassa qualquer barreira de idade.

Se de um lado, aprender enquanto criança pode facilitar o aprendizado e pode ajudar a evitar uma série de traumas emocionais desnecessários e problemas de comunicação.

Por outro, a maturidade que ganhamos com o passar dos anos também pode ser uma grande aliada na hora de tirar a inteligência emocional do papel e colocar em prática em todas as relações. Ou seja, é para toda e qualquer pessoa, independentemente da idade.

Por fim, vale dizer que o autoconhecimento é fundamental para aplicar os pilares da inteligência emocional no seu dia a dia. Por isso, um acompanhamento terapêutico pode facilitar muito a condução desse processo.

Minuto Saudável

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