Imagine o que significa alimentar 1,2 bilhão de pessoas no mundo hoje, e saber que precisa produzir, em menos de dez anos, o suficiente para mais quatrocentos milhões? Isso tudo, priorizando a sua própria população, tirando das lavouras não apenas o suficiente para abastecê-la, como fazer isso em abundância: multiplicando por seis, gerando excedente para satisfazer às necessidades do mercado externo, totalizando aqueles 1,6 bilhão de pessoas que dependem desta eficiência produtiva para comer e vestir. E tudo isso, sem subsídios governamentais, com sustentabilidade, e utilizando apenas 10% do seu território. A responsabilidade do produtor brasileiro é grande. Por isso, ele ganhou um dia no calendário: 28 de julho, Dia do Agricultor. Para celebrá-lo, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) lançou uma campanha comemorativa, lembrando que, para dar conta da sua missão, muitas vezes, o agricultor tem de assumir funções que vão muito além de plantar e colher.
O texto do anúncio e do spot de rádio é uma alusão aos programas, desenvolvidos pelos cotonicultores do Oeste da Bahia, que trazem benefícios para toda a comunidade, seja para esta ou para as próximas gerações: Parabéns a você que alimenta e ajuda a vestir o mundo, mas que também constrói estradas, recupera nascentes, cuida do meio ambiente, gera emprego, renda e desenvolvimento social.
“São tópicos gerais, que podem ser desdobrados em muitos outros, como por exemplo, a qualificação profissional”, diz o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, referindo-se ao trabalho desenvolvido pelo Centro de Treinamento da Abapa. Com seus parceiros, a Abapa, através do CT, tem ajudado a desenvolver a carreira de muitos profissionais locais, aumentado sua empregabilidade, pelo oferecimento de cursos gratuitos com foco no mercado regional de trabalho.
Bergamaschi lembra ainda que, muitas vezes, para garantir a eficiência na produção e ajudar o país a cumprir sua missão de grande provedor mundial de alimentos e fibras, os agricultores têm de investir até mesmo na logística. “É o caso do programa Patrulha Mecanizada, de recuperação de estradas vicinais, que agora passou também a asfaltar estas vias. Por elas trafegam a produção das fazendas e os insumos, conectando as unidades produtivas às rodovias estaduais e federais. Estas obras não atendem apenas aos produtores. Por estas vias passam milhares de pessoas das comunidades locais ou de fora, e a qualificação das estradas se estende a todas elas, trazendo economia de tempo, segurança, conforto e muito mais”, afirma.
As ações de responsabilidade social e ambiental também estão no escopo das ações da Abapa, como o programa de Recuperação de Nascentes, que a entidade desenvolve em parceria com a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). “Cuidar do patrimônio hídrico é essencial para o produtor rural, porque não se faz agricultura sem água. Mapeamos, diagnosticamos e, se preciso, recuperamos as nascentes, que são a garantia da preservação dos rios e manutenção dos ecossistemas. Este ano, fomos até premiados nacionalmente por esta iniciativa, com o reconhecimento da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, a ANA. Isso é cuidar do próximo e pensar no futuro”, argumenta Bergamaschi. A Abapa desenvolve ações, através de projetos, com apoio do Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão (Fundeagro) e Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).
O presidente da Abapa frisa que seria impossível fazer tudo isso, se a busca pela qualidade e sustentabilidade não começasse dentro da própria fazenda. “Trata-se de uma mentalidade que perpassa os planos individual e coletivo. Ser agricultor é missão, responsabilidade e compromisso. Nada mais justo que um dia no calendário para homenageá-lo, finaliza.
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