A etapa final do Mundial do Queijo de Tours aconteceu na França. Entre os mais de 1600 queijos avaliados este ano, um único não europeu foi selecionado como um dos 12 melhores do mundo, o Capril do Lago, do produtor Fabrício Vieira de Valença, no Rio de Janeiro.
Debora Pereira, diretora da associação SerTãoBras, que representa todos os produtores brasileiros presente no Mundial do Queijo de Tours na França, fez parte do júri da etapa final e festejou a notícia.
O resultado foi incrível. Doze queijos foram selecionados os melhores do mundo. O primeiro lugar ficou para o queijo Epoisses Berthaut, francês, mas entre os 12 melhores nós tivemos um brasileiro, o Capril do Lago, do Rio de Janeiro, um queijo de leite cru de cabra,disse Debora Pereira.
Ela comemora ainda o fato de o Capril do Lago ser o único não europeu da lista, composta ainda por 10 franceses e um suíço.
Emocionado, Fabrício Vieira, neto de franceses, disse à RFI que o queijo premiado é um “tipo pecorino, feito com leite de cabra, massa cozida, leite cru e um ano de maturação”. O produtor representa a quarta geração de sua família que se dedica à produção de queijos, mas é o primeiro a investir no queijo de cabras. Sua produção é artesanal e pequena, de apenas 10 quilos por dia.
Fabrício espera que a premiação “possa agregar valores aos pequenos produtores e ajudá-los a prosperar, tendo em vista a dificuldade do mercado do leite”. Além de estar entre os 12 melhores do mundo, o produtor também levou uma medalha de bronze com um queijo de vaca tipo pecorino, mostrando que Valença, onde fica sua fazenda, tem um terroir próprio.
Ao todo, a cidade, onde foi inventado o “queijo prato nos anos 20 do século 20, recebeu quatro medalhas no Mundial do Queijo de Tours. Essa visibilidade mundial pode “alavancar ainda mais o turismo rural, a rota do queijo e a finalizar o museu do queijo valenciano”, acredita o produtor.
As premiações vão ajudar a melhorar a qualidade de vida do produtor brasileiro, que é um dos objetivos da associação SerTãoBras. “Enquanto na França um queijo que ganha medalha tem um aumento de 20 a 30% nas vendas, no Brasil (o impacto) é de 200, 300%”, informa Debora Pereira.