Depois de meses em debate e conversas com entidades representativas dos produtores rurais, a CNA – Confederação Nacional da Agricultura, que reúne todas as federações estaduais e, por conseqüência, os sindicatos rurais patronais, entregou há um mês, para o Governo Federal, através da ministra da Agricultura, Teresa Cristina, sua proposta de itens necessários para compor o Plano Safra 2020/21.
Em linhas gerais a entidade solicita a redução da taxa de juros, aumento dos fundos de financiamentos para a agropecuária, crédito para custeio, comercialização e investimentos e a elevação da verba para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Em detalhes pede ainda Priorizar os programas de investimento para construção de armazéns (PCA), irrigação (Moderinfra), investimentos necessários à incorporação de inovações tecnológicas nas propriedades rurais (Inovagro) e o Programa ABC. E também, Negociar com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a edição de instrução normativa que cria os Fundos de Investimento para o setor agropecuário, o que dá maior flexibilidade para os fundos de previdência complementar investirem no agronegócio.
Em uma Live realizada nesta semana entre a Ministra e o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, ela afirmou que vários itens já estão consagrados e que, por enquanto, acredita que o Governo vai anunciar a disponibilidade de valores para o Plano, semelhante ao ano passado que foi de R$ 225 bilhões de Reais. Mas, segundo ela, o tema com maior resistência dentro do próprio Governo, é a redução de juros, ou melhor, do spreed dos juros que, na opinião da Ministra, são muito altos, cerca de 5%.
Não há no mundo, mesmo em países ultra liberais como os EUA, quem não financie e subsidie até, a produção de alimentos, no caso, o setor agropecuário. E, no caso do Brasil, onde o agronegócio tem sido o salvador da balança comercial e gerador de renda e resultados no PIB, nada mais justo que pensar com carinho e retornar para ele o que o Agro vem gerando nestes anos todos.
Mas, e sempre tem um mas é possível afirmar que o maior desejo do agronegócio brasileiro é ter um plano de médio prazo, cinco anos pelo menos, onde as regras sejam estabelecidas e cumpridas, para que todos possam fazer os seus planejamentos com mais tranqüilidade. Pois, conforme um executivo do setor de máquinas agrícolas, ter o plano é muito bom, o problema é que muitos negócios que estão prontos para faturar, acabam caindo sempre no período pós anúncio do plano e a indústria fica pelo menos, dois meses a espera de regulamentações para poder operar novamente. E aí, então, vem a pergunta; será que não dá para mudar a forma de fazer as coisas??