Você conhece uma criança ou um adulto que frequentemente se perde em seus próprios pensamentos, tem dificuldade de se concentrar e demonstra ser, muitas vezes, uma pessoa inquieta?
Esses são alguns dos sinais mais comuns em pessoas com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Sim, o TDAH existe – e nós vamos aprender mais sobre ele neste artigo!
O que é TDAH?
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) se caracteriza pela desatenção, impulsividade e hiperatividade. Antes de mais nada, é importante considerar que estes comportamentos são comuns entre as pessoas, sim! Sempre tem um dia em que estamos mais avoados, mais ansiosos… Porém, quando eles passam a comprometer a socialização, a saúde emocional e, principalmente, o aprendizado, é preciso investir em cuidados específicos.
A Associação Brasileira do Déficit de Atenção define o TDAH da seguinte forma: “é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza majoritariamente por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.”
Os sinais de TDAH começam a se manifestar ainda na infância, em especial na idade escolar dos pequenos. Nessa época, é possível observar a dificuldade deles de se concentrar, além dos seus “picos” aleatórios de inquietude. Sabe aquele aluno que ora está no mundo da lua, ora está ligado nos 220 – e isso com frequência? Pois é!
É por isso que a existência do TDAH sempre foi muito questionada. As pessoas associam suas características a uma espécie de preguiça de aprender. Mas não é nada disso, o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade é coisa séria e estudos mostram uma explicação científica para esses casos.
Quais são as causas do TDAH?
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, estudos científicos apontam que pessoas com TDAH têm alterações na região frontal do cérebro e nas suas conexões com as demais regiões. Ela é a responsável por controlar e inibir comportamentos inadequados, pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.
Nesse sentido, o cérebro sofre alterações químicas e físicas que podem levar à conclusão de que o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade não vem de fatores culturais ou externos à criança (como o ambiente ou a criação), mas sim da sua hereditariedade.
Segundo a mesma instituição, o TDAH é o transtorno mais comum entre crianças e adolescentes, ocorrendo numa parcela de 3 a 5% das crianças. O transtorno acompanha os indivíduos ao longo de toda sua vida, mas suas características podem ser trabalhadas e os sinais abrandados com o tempo.
Quais são os sinais de TDAH?
- Desatenção: A criança se distrai facilmente ao fazer atividades. Se um novo brinquedo aparece, há um barulho alto ou uma movimentação no ambiente, a atenção desaparece e ela para o que estava fazendo para ver outras coisas. A desatenção também pode ocorrer ao fazer tarefas escolares ou completar tarefas domésticas simples.
- Agitação motora: Crianças hiperativas não conseguem ficar quietas. Elas correm, batucam, se movimentam, mexem nos objetos ao redor, tudo isso incluindo a necessidade de estarem sempre ocupadas com alguma coisa. Essas crianças nunca parecem estar entediadas e requerem atenção constante dos pais. As pessoas geralmente confundem esse tipo de problema com falta de educação e dão broncas, criticando o comportamento apresentado.
- Agitação mental: A hiperatividade também ocorre na mente, quando o cérebro não para e os pensamentos são constantes. Crianças com TDAH podem falar sem parar, darem muitas opiniões e serem criativas ao propor novas ideias e falar sobre as coisas. A agitação mental, junto com a impulsividade, pode fazer com que a criança não consiga esperar, “atropelando” os colegas e atividades.
- Impulsividade: Agir sem medir consequências. A criança com TDAH tem dificuldade em esperar a vez, praticar atividades em conjunto ou aguardar a explicação do professor antes de fazer perguntas. As atitudes são impensadas e a ação ocorre antes dela entender a situação. Na vida adulta, se não diagnosticado, ações inconsequentes causadas pelo transtorno podem trazer prejuízos em diversas áreas da vida.
- Ansiedade: Em alguns casos, o transtorno de ansiedade pode ser associado ao TDAH, fazendo com que as crianças não consigam se acalmar, esperar por muito tempo ou fazer tarefas paradas demais. Se fazem perguntas, respondem antes de qualquer pessoa e não realizam atividades escolares com calma. Esse sintoma também pode ser mal interpretado como sendo inconveniência.
- Dificuldades pessoais: Crianças e adultos com TDAH têm dificuldades com organização, noção do tempo e cumprimento de prazos e horários. Lidar com as emoções, críticas e se autorregular também é um desafio para um cérebro que processa as informações de maneira diferente. A atenção é mantida somente em contextos de interesse e hiperfoco.
- Dificuldades escolares: O TDAH pode ser um dos fatores que contribui para as dificuldades apresentadas na escola, como notas baixas, pouco interesse nas aulas e a não conclusão de tarefas. É geralmente no período escolar que muitas características do transtorno são identificadas e, quanto mais rápido o diagnóstico, mais cedo é possível entender os melhores meios de ajudar a criança a se desenvolver, aproveitar o aprendizado escolar e adaptar o que for necessário.
- Dificuldades profissionais: Na infância, uma criança hiperativa não segue instruções para completar ou realizar tarefas porque não consegue entender tudo o que está sendo dito. O transtorno, se não identificado nessa fase, faz com que o pequeno se torne um adulto com dificuldades no trabalho, como não conseguir entender instruções, executar tarefas ou focar em determinada atividade.
Fonte: Instituto Singular