Etapa fundamental para garantir a qualidade durante a comercialização do algodão, a classificação da pluma foi tema de treinamento, realizado de forma remota, pelo Centro de Treinamento da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). O curso, que terminou na noite última sexta-feira (30), contou com a participação de profissionais de usinas de beneficiamento e fazendas produtoras de algodão, que puderam alinhar os padrões internacionais de beneficiamento e classificação do algodão, que atestam parâmetros como comprimento, resistência, uniformidade, e fiabilidade, o que possibilita a melhor destinação da fibra pelas indústrias têxteis.
Com carga horária de 22 horas/aula, o treinamento foi ministrado pela engenheira têxtil, Micheline Maia e pelo gerente do Centro de Análises de Fibras da Abapa, Sérgio Brentano. Eles abordaram sobre os cuidados no manejo da pluma durante a colheita e beneficiamento com foco na qualidade da pluma. Na oportunidade, também foram reforçados os protocolos para aprovação dos lotes, legislação e regras internacionais para acondicionamento e classificação das amostras na usina e laboratório, seja na classificação pelos equipamentos de High Volume Instrument (HVI) ou visual.
Ao participar do curso, o auxiliar administrativo da fazenda Tapera Grande, Carlos Eduardo Alves Vieira, acredita que os conteúdos abordados serão colocados em prática diretamente nas atividades de beneficiamento do algodão. “Saber de forma detalhada e técnica do passo a passo do algodão depois que sai da algodoeira, processo de fiar e tecelagem, foi muito interessante, além de saber de forma mais aprofundada sobre a análise da fibra pelos equipamentos de HVI no laboratório da Abapa”, relata Vieira, que trabalha há nove anos no setor do algodão.
Segundo Brentano, o treinamento é fundamental diante da grande responsabilidade dos profissionais que analisam e testam a produção do algodão da Bahia. “A classificação é um ponto de grande importância, pois irá nortear a comercialização da fibra produzida. É com este resultado que o produtor direciona os lotes e define o destino da fibra, seja mercado interno ou externo”, reforça. A Bahia possui o maior laboratório em análise de fibra da América Latina com o atendimento médio de 28 mil análises de fibra por dia. Localizado em Luís Eduardo Magalhães, a estrutura atende o algodão direcionado de 72 usinas de beneficiamento da região do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (Matopiba).
Para o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, a qualificação da mão de obra é o que ajuda a garantir que o algodão baiano seja classificado dentro do padrão internacional da pluma. “Os resultados das análises ajudam na tomada de decisão pelos compradores, e os relatórios auxiliam os produtores a escolher, a cada safra, qual a tecnologia em cultivar ideal pensando na qualidade da fibra destinada ao mercado”, afirma. O treinamento de “Pontos Fundamentais e Estratégias na Classificação do Algodão em Pluma” está com a segunda turma com inscrições abertas e terá início na próxima segunda-feira (9). A iniciativa é uma parceria entre Abapa e SENAI/CETIQT (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil).
Ascom Abapa