Miopia infantil: excesso de telas é fator de risco

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Segundo estimativa do Ministério da Saúde, a miopia atinge, pelo menos, 35 milhões de brasileiros. Ela é a dificuldade para enxergar para longe e acontece quando o olho cresce mais do que o normal. Começa a aparecer na infância quando o olho está em desenvolvimento, mas pode acometer outras faixas etárias.

E quando falamos na miopia infantil o alerta é ainda maior, pois quando começa cedo, pode ocasionar alterações graves levando, até mesmo, à cegueira. “A primeira consulta com o oftalmologista deve ser logo quando a criança nasce com o teste do olhinho. Após, orientamos os pais que consultem, novamente, quando a criança estiver em torno dos 3 anos de idade e quando começar a alfabetização. Caso os pais percebam qualquer alteração, é preciso consultar imediatamente”, orienta a oftalmologista, Adriana Dietrich Szortica.

Nesse sentido, também é importante que os pais e responsáveis estejam atentos aos indicativos que a criança possa apresentar em relação ao problema. O primeiro sinal da miopia é a dificuldade para enxergar para longe, atrapalhando o rendimento e a adaptação escolar, os esportes e as relações sociais. “É comum a criança se levantar e ir até o quadro para enxergar, franzir a testa para tentar enxergar. Também pode-se observar lacrimejamento excessivo, dor de cabeça frequente, quedas constantes, sentar muito perto da televisão, ato de piscar em excesso”, aponta Adriana.

Excesso de telas preocupa

De maneira geral, não existe uma única causa para a miopia e pode se dar por influências genéticas e ambientais. Porém, segundo a médica, o excesso do uso das telas (computador, celular, tablets, televisão) desde a infância e a falta de atividades ao ar livre têm sido considerados como fatores de risco para o surgimento e/ou progressão da miopia em crianças e adolescentes. “Há duas formas que podem colaborar para retardar o aparecimento. Uma delas é aumentar a exposição à luz solar com atividades externas e a outra é diminuir o uso das telas digitais”, afirma Adriana.

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Inclusive, existe uma recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria para o uso das telas por faixa etária:

•    Menores de 2 anos: evitar o uso;

•    Entre 2 e 5 anos: 1 hora/dia com supervisão dos responsáveis;

•    Entre 6 e 10 anos: até 2 horas/dia com supervisão dos responsáveis;

•    Entre 11 e 18 anos: até 3 horas/dia.

Alternativas para o problema

A correção da miopia é, tradicionalmente, realizada com óculos na grande maioria dos casos, podendo ser feito uso de lentes de contato em casos específicos. “Atualmente, existe a indicação, nos casos de progressão, de realização do tratamento de controle da miopia, o que faz com que o grau não aumente tanto quanto iria aumentar. Pode ser realizado com o uso de um colírio ou por meio da Ortoceratologia”, explica Adriana.

A Ortoceratologia é o tratamento não cirúrgico da miopia, que pode ser feito por crianças, adolescentes e adultos, no qual se usa uma lente corretora especial de uso noturno. Essa lente deve ser utilizada todas as noites e retirada ao acordar, possibilitando ao paciente boa visão durante o dia, sem a necessidade de lentes corretoras. “Nas crianças e adolescentes, além de possibilitar boa visão durante o dia, a Ortoceratologia diminui a progressão da miopia, reduzindo também todas as alterações associadas com a alta miopia e a cegueira”, finaliza.

Fonte Correio do Povo

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