Projeto de reintrodução de lobos-guarás ganha apoio do agronegócio

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Sementes OILEMA, Irmãos Gatto Agro e Condomínio Agrícola Santa Carmem assinaram protocolo de intenções, tornando-se patrocinadoras oficiais do projeto executado pelo Parque Vida Cerrado. Apoio fortalece as ações do Programa Conecta Cerrado para conservação da biodiversidade

 O Parque Vida Cerrado – primeiro e único centro de conservação da biodiversidade, pesquisa e educação socioambiental – firmou uma importante parceria nesta semana com Sementes OILEMA, Irmãos Gatto Agro e Condomínio Agrícola Santa Carmem, durante as comemorações pela Semana do Meio Ambiente. As empresas assinaram um protocolo de intenções junto ao Parque, tornando-se patrocinadoras oficiais do projeto de reintrodução e soltura de lobos-guarás em vida livre, uma iniciativa inédita de extrema importância para o manejo e conservação da espécie, ameaçada de extinção no Cerrado do Oeste baiano.

O patrocínio tornará possível a execução de todo o projeto, que teve início ainda no segundo semestre do ano passado, quando o Parque Vida Cerrado foi escolhido para receber três filhotes órfãos de lobos-guarás e conduzir o desenvolvimento de um protocolo para reabilitação e posterior soltura, evitando-se a manutenção desses em instituições de fauna sob cuidados humanos (criadouros ou zoológicos), em caráter permanente. Fatalmente, esta é a única destinação segura para animais que não desenvolvem suas plenas capacidades de caça e sobrevivência.

Por isso, desde o recebimento dos filhotes Caliandra, Seriguela e Baru, o Parque vem adotando uma série de protocolos, que envolveram ações para remanejamento de espaço e preparação de recinto temporário, aquisição de equipamentos de monitoramento, fornecimento de alimentação e manutenção em ambiente adequado e com total isolamento. Todas essas iniciativas tiveram a finalidade de diminuir as chances de “imprinting” – processo no qual os animais passam a ter uma resposta positiva à presença humana: um empecilho à reintrodução dos animais em vida livre.

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Após essa preparação, os filhotes serão transferidos para um recinto de reabilitação em uma propriedade rural parceira do Parque Vida Cerrado. Esta, além do monitoramento prévio, dispõe de um trabalho positivo em preservação e restauro e de um ambiente propício para que o processo ocorra com sucesso, dando início à fase de pré-soltura. Neste espaço, espera-se observar a evolução comportamental, com o aprendizado e aprimoramento das técnicas de captura de presas naturais. Posteriormente, os animais serão soltos de forma branda, com o recinto de adaptação servindo de referência para alimentação e abrigo, até que os pesquisadores percebam a total independência, que será apontada por meio do monitoramento de dispersão com colares de GPS e transmissores de satélites. O monitoramento fornecerá informações sobre parâmetros de atividade e a constatação do sucesso adaptativo da soltura.

 Desafio

A reabilitação, conforme explica a bióloga e coordenadora do Parque Vida Cerrado, Gabrielle Bes da Rosa, mostra-se um desafio, que agora ganha mais força para ser superado. “Nosso objetivo é ensinar aos animais aquilo que aprenderiam com os pais em seu habitat. É realmente difícil, não apenas pela reabilitação, mas por haver apenas um único projeto para referência, que foi realizado anteriormente na Serra da Canastra. Projetos de reabilitação e reintrodução são raros, devido à grande demanda de tempo de pesquisa e alto custo envolvido. Só podemos agradecer o apoio dessas empresas parceiras, que tornarão possível a continuidade do projeto e a reintrodução desses animais ao habitat. Sementes Oilema, Irmãos Gatto Agro e Condomínio Agrícola Santa Carmem são empresas responsáveis e conectadas à nova realidade global, que entendem que o avanço do agronegócio e a conservação do meio ambiente devem andar juntos”, destaca.

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Apoio

Além das normativas do Código Florestal, com o compromisso de preservar reservas legais e APPs, as empresas patrocinadoras são referências em sustentabilidade. Dentre as práticas sustentáveis adotadas, destacam-se a formação de palhada, plantio direto, participação ativa em projetos de sequestro de carbono, utilização de energia renovável (usina fotovoltaica) e a crescente utilização de bioinsumos na produção agrícola. O resultado desse cuidado de longos anos permitiu construir um ambiente saudável para a fauna e um bom relacionamento entre lavoura e áreas nativas e credenciou as empresas a integrarem o projeto inédito de reintrodução e soltura de lobos-guarás em vida livre na região.

“Não imaginávamos a importância e proporção que uma simples autorização para captura de imagens da fauna que habita nossas reservas tomaria, nos credenciando mais tarde para participar do projeto. Temos como missão buscar sempre parcerias sustentáveis e manter o respeito ao meio ambiente, por isso estamos honrados pela oportunidade de apoiar a iniciativa. O trabalho desenvolvido pelo Parque Vida Cerrado é de suma importância e todos os nossos esforços serão empreendidos para que a sua equipe possa desempenhar o trabalho, para que os filhotes tenham a melhor adaptação e a reintrodução à vida livre seja um sucesso marcante para a espécie. Não é apenas sobre apoiar um projeto, mas sim apoiar um ecossistema”, define Celito Missio, porta-voz das empresas Sementes Oilema, Irmãos Gatto Agro e Condomínio Agrícola Santa Carmem.

O projeto, que beneficiará uma espécie inteira símbolo do Cerrado, a partir da replicação dos resultados nas demais regiões de ocorrência no país, conta ainda com apoio da Galvani Fertilizantes e parceria do Instituto Pró-Carnívoros, ICMBio, CENAP, UNB e Inema.

Fonte Ascom Parque Vida Cerrado

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