As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de mortes no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Existem vários fatores que contribuem para o seu surgimento, como a glicose e colesterol altos e a obesidade, por exemplo. Apesar de não ser um termo amplamente conhecido, a Síndrome Metabólica (SM) refere-se justamente a conjunto desses problemas, conforme explica o médico do serviço de Endocrinologia e Nutrologia do Hospital Moinhos de Vento, Rogério Friedman.
“A Síndrome Metabólica nada mais é do que o nome adotado pela ciência para simplificar a descrição de um conjunto de problemas que, ocorrendo num mesmo indivíduo, fazem com que ele tenha um risco muito maior de sofrer consequências negativas para a saúde e a vida, especialmente doenças cardiovasculares”, esclarece Friedman.
Como identificar a Síndrome Metabólica
Dados de um estudo publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva, revelaram que a Síndrome Metabólica tem uma ocorrência maior em mulheres, com uma prevalência de 41,8% – a média nacional é de 38,4%. Para identificar o problema, é necessário observar alguns fatores de risco, que segundo o Ministério da Saúde são:
– Grande quantidade de gordura abdominal: em homens, cintura com mais de 102 cm e nas mulheres, maior que 88 cm;
– Baixo HDL (o colesterol bom): em homens, menos que 40mg/dl e nas mulheres menos do que 50mg/dl;
– Triglicerídeos elevados (nível de gordura no sangue): 150mg/dl ou superior;
– Pressão sanguínea alta: 135/85 mmHg ou superior ou se está utilizando algum medicamento para reduzir a pressão;
– Glicose elevada: 110mg/dl ou superior.
A presença de três ou mais fatores acima descritos já caracteriza a condição, mas um diagnóstico completo pode ser feito apenas por um médico. Na maioria dos casos, pacientes com o problema sentem-se bem, porém são mais propensos a desenvolver doenças graves.
Friedman faz um alerta e explica que algumas pessoas podem ser mais suscetíveis a desenvolver a situação. “As pessoas mais suscetíveis são aquelas que estão acima do peso, seja sobrepeso ou obesidade e, especialmente, as sedentárias. Fatores como histórico familiar de obesidade ou de diabetes ou de doença cardiovascular conferem maior risco, também. A idade é outro fator que pode agregar um risco a mais, pois conforme o tempo avança, maior é a chance de uma pessoa desenvolver estes problemas de saúde”.
É possível prevenir e tratar a Síndrome Metabólica
A prevenção, segundo o médico, passa principalmente pela adoção de um estilo de vida mais saudável, com uma alimentação balanceada, sem o consumo de ultraprocessados e processados, além da prática de atividades físicas regulares e da manutenção do peso ideal. Recomenda-se também, evitar fumar, ter muita moderação no uso de álcool e manter, além de noites de sono de qualidade, a ingestão constante de água.
Já o tratamento segue a mesma linha das medidas adotadas para prevenir a doença. “Em primeiro lugar, busca-se apoiar o paciente a mudar o estilo de vida, adotando hábitos de saúde melhores, corrigindo erros alimentares e introduzindo a atividade física como uma rotina na sua vida. Pacientes que perdem peso significativamente conseguem corrigir as alterações metabólicas sem necessidade maior de outras intervenções. Quando necessários, se usam medicamentos para obesidade, diabetes, hipertensão ou dislipidemia – presença elevada de gorduras no sangue”, explica o Friedman.
Fonte: Correio do povo
Texto: Vitória Nunes Soares