Os recursos ficam disponíveis por 10 anos e objetivam prioritariamente inovação, assistência técnica, regularização fundiária e ambiental e ações sobre mudanças climáticas. O Agronordeste, um programa de apoio ao desenvolvimento de cadeias produtivas nordestinas, receberá US$ 230 milhões. Muito importante esses recursos, mas precisamos aproximar em altíssima velocidade a agropecuária sustentável e rentável de uma atrasada e resistente às mudanças.
Estou voltando de um grande simpósio no Mato Grosso, na região de Rondonópolis, com uma agropecuária moderna, ao lado de professores da Esalq Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz, onde fazer uma pecuária carbono zero foi o tema central e ali já está sendo realizada. Já estamos fazendo isso, e os fundamentos essenciais são manejo correto, com plantação de pastagens, integradas com grãos, e aproveitamento dos dejetos animais transformados em biogás.
Temos no Brasil dois mundos que precisam se aproximar urgentemente. O que ainda faz uma agropecuária sem utilizar os conhecimentos já disponíveis pela Embrapa e universidades e, outra na frente, sustentável e além de tudo muito mais rentável e sem emitir gases efeito estufa.
A Embrapa considera que cerca de 40% dos atuais pecuaristas não chegarão até 2030, se não adotarem as tecnologias que já dominamos e são ensinadas pelos pesquisadores, professores e pelas empresas de insumos modernos, além da digitalização que permite administrar boi a boi e não mais uma boiada.
Crédito agrícola associado a sustentabilidade é muito bem vindo, e da mesma forma combate total ao desmatamento ilegal, agricultores não podem levar culpa pelo que não fazem.
Vale aqui um mérito ao Estado de São Paulo, e ao secretário de Agricultura Itamar Borges que se desliga do cargo para concorrer às eleições, pois temos no estado 403 mil propriedades rurais todas com o cadastro rural ambiental (CAR) realizado.
Agroconsciente positivo.
José Luiz Tejon – Jornalista, escritor, professor
