O que tu preferes. Mudanças nos programas e projetos governamentais a cada mudança de gestor (prefeito, governador, presidente) ou construir um certo número de programas que sejam obrigatoriamente realizados não importando de quem está no comando? Já falei sobre isto recentemente. A diferenciação entre programas de governo e programas de Estado. O primeiro se refere a projetos que o Governo que está no comando pretende realizar. O segundo são ações, importantes para o País que, para o bem dele, deveriam ser determinados pelo setor envolvido e cumpridas pelos Governos, independente da sua coloração partidária.
Um exemplo. A transposição do Rio São Francisco. Uma obra importante para o nordeste brasileiro, foi iniciada em 2007, passando pelas mãos de vários governos e um dos tramos foi finalizado recentemente. Mas ficou 13 anos parados. Se tivesse a determinação de ser um plano de Estado e não de Governo, provavelmente já estaria totalmente concluído. E assim, muitas outras obras devem passar pelo mesmo critério.
No agronegócio, há muitos setores que precisariam ter esta atenção. A começar pelo próprio Plano Safra que há muito tempo o setor pede que tenha uma visão de médio prazo, tipo regras determinadas para pelo menos cinco anos. Isto, com certeza, facilitaria a todos que interagem no segmento. E dentro dele, os programas de desenvolvimento e suporte a investimentos, como o Moderfrota, Moderinfra, Plano ABC, programas de incentivo à irrigação, de apoio à inserção de produtos no mercado externo, e muitos outros.
Ao estabelecer que certos programas vão ser contínuos, independente de governo, quem está operando com eles ou depende deles para planejar investimentos, ações, sabe que não sofrerá descontinuidade e poderá atuar com uma visão de médio prazo, pelo menos. Mas esta é uma demanda que todo o setor, se achar por bem, deveria fazer. Um movimento em torno da ideia de ter planos de estado para que os programas não sofressem com interrupções por conta de mudança de governo. Isto evitaria uma série de desgastes e gastos financeiros, de recursos humanos e de energia. Evitaria ficar anos a anos andando que nem caranguejo…
