Jogue o Jogo!

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Em 1923 explode uma guerra civil interna no Rio Grande do Sul, que ficou conhecida pela revolução de 23 ou a luta entre Ximangos e Maragatos. De um lado os governistas que defendiam a permanência do Presidente da Província, Borges de Medeiros, de outro os que acusavam que tinha havido fraude na eleição, liderado por Assis Brasil, apoiado por vários partidos de oposição e por empresários que estavam insatisfeitos com a crise econômica que acontecia no Estado, naquele momento. Depois de algumas batalhas pontuais e percebendo a falta de apoio político, financeiro e logístico, os Maragatos optam por fazer manobras que levem a um tratado de paz.

E mesmo tendo obtido êxito neste sentido, a guerra deixou marcas profundas em milhares de famílias. Não só pela perda de maridos, filhos, tios, mas porque foi uma guerra que também provocou divisões nestes núcleos e também entre amigos. Quem era Ximango, não falava mais com quem escolhesse ser Maragato. O ódio foi elevado a tal ponto que muitas vezes, pessoas eram mortas apenas por serem parente de um ou de outro, mesmo sem ter se envolvido no conflito. Este drástico período foi muito bem retratado pelo jornalista e escritor Euclides Torres, no livro A Patrulha dos Sete João e por Tabajara Ruas no filme Os Senhores da Guerra. Esta e outras guerras entre polos políticos opostos, deixaram marcas profundas até hoje no Estado.

Mas é possível dizer que não é algo exclusivo do Rio Grande do Sul. Em outras regiões do País, a política levou muitas pessoas à morte, simplesmente porque elas pensavam diferente do grupo dominante do momento. E claro, podemos extrapolar para várias partes do mundo e da história, onde o mesmo já aconteceu.

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E mesmo com todas estas disputas há algo que se pode aprender quando as “armas” voltam para os seus lugares. É preciso se manter vigilante, mas também fazer como os chineses, ser pragmáticos. Jogue o Jogo!. Posso não gostar de quem está apitando, do estádio onde está acontecendo o jogo, mas é parte da regra do campeonato, então, jogo o jogo e tento vencê-lo. Porque de um jeito ou de outro, a vida vai continuar. A natureza forneceu a todos os seres um mecanismo que os ajuda a se adaptarem à situação, seja ela boa ou ruim. Se, neste momento, as coisas não estão do meu agrado, eu jogo o jogo, mas trabalho para mudar o ambiente, não à força, não com armas, sem prejudicar os outros.

Afinal, a soja e o milho precisam ser plantados, as hortaliças colhidas, o gado alimentado. A roda da produção de alimentos não para porque é dali que o produtor tira seu ganho, seu salário. Se o Agro não parou durante a pandemia, por conta de que as plantas continuam a crescer, não será agora que deve parar. Mudou o timoneiro? Conheça o modo como ele comanda o barco e siga adiante. Pense que seu trabalho, seu comércio, sua produção agrícola, é maior que isto e precisa ser tocada prá frente. Então, conheça como o juiz apita e jogue o jogo!

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