Diariamente estamos acostumados a ver notícias e falar de temas que envolvem a agricultura brasileira e mundial de grande escala. A produção de commodities ocupa páginas e horários de vários meios de comunicação que se somadas mostrarão a importância que estes assuntos têm para a economia mundial. E não se questiona isto porque realmente, além de movimentar bilhões de dólares e envolver milhões de pessoas em todo o sistema produtivo, são produtos importantes na composição alimentar das populações, direta ou indiretamente.
O que as vezes não percebemos é que junto a um grande astro sempre tem um coadjuvante. Este, por sua vez, muitas vezes é tão ou mais importante que o ator (atriz) principal. Porque, no caso da agricultura e da economia, podem gerar tanta riqueza quanto o segmento da soja, do milho ou mesmo da pecuária. São produções que não ocupam grandes espaços, mas circulam em meios produtivos um tanto “à margem” dos grandes produtores. Podemos citar, por exemplo, o setor de ervas medicinais, de plantas para produção de óleos essenciais, sementes que têm atributos para extração de essências e que podem ser transformadas em remédios. Para todos estes segmentos existem pessoas que se dedicam à produção, em suas áreas rurais. As vezes como negócio principal, outras vezes como mais uma opção de renda, dentro do que já produz na sua terra.
Um importante executivo da área de máquinas agrícolas, certa vez disse que um hectare de flores poderia render mais que a mesma área plantada de soja. E quando pensou e analisou o mercado, decidiu produzir oliva, um segmento que está crescendo no Brasil. Olhar para estes “coadjuvantes” que muitas vezes nem representação em entidades possuem, e ver que na agricultura há uma ampla possibilidade de negócios rentáveis e permitir que novas atividades possam ser agregadas para a agricultura familiar, por exemplo, é uma ação positiva de governos.
É neste ponto que podemos olhar para ambientes como as florestas que temos no país. Preservando seu ecossistema é possível conduzir uma atividade econômica, como a produção de sementes e plantas para óleos essenciais para a indústria de perfumes ou farmacêutica. Vide o exemplo da empresa Natura. Aliás, uma das vertentes da produção de café é o uso do grão ainda verde de onde se extrai óleos para produtos de beleza, para tratamentos da pele, entre outros. Todo este movimento, agrega valor a produtos “menos sofisticados” e gera ganhos na região. Ao final, é a agricultura mostrando suas várias possibilidades de gerar riqueza para muito mais produtores rurais.
