A CONEXÃO FAZ A UNIÃO: enfrentamentos e estratégias educacionais para salvar o ano letivo de 2020

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No contexto excepcional do isolamento social, a concepção de um modelo pedagógico se tornou desafio tão grande quanto o combate em si ao coronavírus. Decretos assinados, escolas e universidades fechadas por tempo indeterminado e a necessidade de uma solução em caráter de urgência!

Além das inúmeras demandas de um ano letivo “convencional” o Ministério da Educação se deparou desde o primeiro trimestre de 2020 com as graves consequências causadas pela pandemia, comprometendo o calendário escolar e a qualidade do ensino.

Diante do retorno incerto, órgãos responsáveis pela educação pública, que atuam junto ao Ministério, vem testando medidas paliativas, num território marcado por diferenças econômicas, sociais e culturais. A exemplo do uso de aplicativos gratuitos e transmissão de aulas via satélite na tevê aberta.  Já a rede privada, diante do impasse entre aquelas que se valem ou não do recurso dos métodos de ensino com ferramentas próprias para aulas online, usa de sua autonomia para mobilizar os estabelecimentos a manter pelo menos a fidelidade do vínculo com as famílias, diante de queixas e reivindicações quanto aos encargos com mensalidade.

Como se não bastassem tais problemáticas, nota-se que há pais com dificuldade, por falta de habilidade com as tecnologias por exemplo, o que compromete o acompanhamento domiciliar.

Outro entrave de alguns estabelecimentos de ensino está na inaptidão para abancar conteúdos nas plataformas ou falta de pessoal para fazê-lo, o que tem acarretado o trabalho docente, que ao contrário do que muitos pensam, ficou ainda mais pesado.

A rotina das séries iniciais também tem preocupado o triângulo educacional, uma vez que aulas online não funcionam como em séries mais avançadas. Diante disso, algumas instituições estão enviando as atividades escolares impressas, para serem feitas em casa, sobretudo em se tratando das crianças de 4 e 5 anos, cuja escolaridade é obrigatória. E o que chama a atenção, a partir dessa gama de enfrentamentos é que as escolas não pararam! Precisam proporcionar o suporte pedagógico para seus professores e as condições para a rotina escolar além de atender às angústias de pais e alunos.

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Borges, da Todos Pela Educação, chama a atenção para outro aspecto extremamente polêmico e afirma ser importante que o governo federal adie a data de realização do Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio, previsto para outubro. “A manutenção da data do Enem pode prejudicar ainda mais os alunos das redes públicas em relação aos das redes privadas. Até a China, que em tese controlou a pandemia, adiou o seu exame de acesso às universidades”, diz. Borges também estima que pelo menos um quinto dos alunos possa desenvolver sintomas de estresse pós-traumático em função da pandemia, além do agravamento de outros quadros de saúde mental, exigindo do poder público um esforço para oferecer assistência de saúde mental nesse período

Por fim, Cecilia Motta, presidente do Conselho Nacional das Secretarias de Educação (Consed), afirma que o momento será positivo para as escolas repensarem seus processos de ensino.

“Ninguém teve tempo de se preparar, mas chegou em um momento em que a gente tinha que reinventar a escola, usando tecnologia que outros países desenvolvidos já estão adotando. Há resistência dos mais antigos em usar a tecnologia, mas estou impressionada em ver grupos de diretores do interior e das capitais trocando experiências e passando conteúdos de aula de um para outro. Todos estão colaborando”, afirma.

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