A Intolerância

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Num final de semana passado (09/julho/22) um assassinato foi cometido motivado pela intolerância. Porque uma pessoa não aceitou que outra tivesse um pensamento contrário ao seu. Um crime que chocou a muitas pessoas e trouxe reflexões. Muitos disseram que os momentos atuais são de intolerância, que este sentimento está exacerbado. Mas olhando para a sociedade como um todo, podemos dizer que há intolerância em muitas áreas. Religiosa, política, no futebol, nos gostos pela música, pela cor das roupas, pela opção sexual do outro ou contra as raças que habitam o nosso país e o planeta.

Infelizmente a intolerância é um sentimento que existe dentro do ser humano há milênios. Quando assistimos aos vários filmes que retratam histórias de como os judeus foram perseguidos ao longo dos milênios, ou mesmo os povos que saíam dos seus países em busca de novas oportunidades, eram tratados como “os outros” e sua cultura não era tolerada no novo local. Por anos os cristãos foram perseguidos pelos chamados pagãos (pessoas que cultuavam diversos deuses) porque não aceitavam a ideia de um Deus único, tão pouco aqueles que acreditavam assim. Mas quando a força dos cristãos ficou maior que a dos pagãos, estes passaram a ser perseguidos colericamente pelos outros. Em ambas as situações, muitos foram mortos em nome desta intolerância. Por muitos anos protestantes e católicos brigaram ferrenhamente na Grã-Bretanha motivados por intolerância.

Em um grau ainda não muito elevado, mas já possível de ser sentido, há uma intolerância que cresce no meio do agronegócio, principalmente no dentro da porteira. Volta e meia alguém faz uma crítica a determinado comportamento dos produtores rurais. O levante de vozes que isto causa, porque o setor não tolera receber críticas, é bastante alto, e se ouve em várias partes do País. Hoje o risco de ser “cancelado” pelo agro e taxado de inimigo deles é altíssimo. Aliás, este sentimento permitiu o surgimento de certos influenciadores do agro, que se denominaram de defensores do setor.

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Há muito que se aprender com a história, com as ações de nossos antepassados no sentido de mudar comportamentos que se repetem, por mais cristãos que sejam as pessoas. É hora de reavaliar e parar de pensar que “a minha visão, meu credo” é a verdade única e deve prevalecer sobre a dos outros. Isto não é fácil. Mexe com a educação que cada um recebeu, com suas crenças e verdades que construiu ao longo da sua jornada. Mas é um importante exercício para que se possa conviver com as várias diferenças que os outros têm. É assim que se vai construir uma vida mais saudável entre todos. Pense nisto.

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