Existem temas que são tabus no campo. Um deles é a violência praticada contra as mulheres. E essa violência acontece de várias formas. Aliás, violência pode ser com palavras, quando repetidamente se diz xingamentos ou quando de várias formas se destrata a pessoa, com expressões que tentam reduzir o valor que a pessoa tem como, por exemplo, “você é uma burra”!
Mas existem duas formas de violência que muito ocorre no campo e pouco ou quase nada se fala a respeito. Uma delas é quando chega as vias de fato, as vias de bater na pessoa. Ou quando as jovens acabam sofrendo abuso sexual, dos próprios parentes. A longa distância dos centros urbanos, a falta de estruturas de acolhimento como casas de atendimento, delegacias treinadas para estas situações, deixam, às vezes, estas mulheres sem alternativas de “fugir” desta situação. Soma a isto a forte “amarra” cultural onde, em muitos casos, o homem é quem manda ou casamentos que são feitos entre as pessoas daquelas comunidades, mantendo este sistema cultural.
Se nos centros urbanos as campanhas de alerta contra este tipo de violência em relação às mulheres, são muitas, nada é direcionada para o atendimento das que vivem no campo. O que torna para estas, muito difícil tomarem coragem de romper estas amarras e não sofrerem por anos com estes problemas. O feminicídio tem sido uma das chagas da população nestes recentes anos. E tem aumentado cada dia mais.
O abuso sexual, também é um grave problema. As vezes as jovens conseguem fugir, indo trabalhar em cidades maiores, muitas vezes no comércio ou de doméstica. Mas a marca psicológica, já ficou para sempre. Felizmente, existem entidades e grupos que se preocupam com estes fatos e, gradualmente, começam a fazer movimentos de debate e alerta sobre estes crimes que são graves.
Assista ao link e veja como.