Um novo modelo com jornada semanal de quatro dias começa a ser testado, após mais de um século desde a adoção da semana de cinco dias de trabalho pelo americano Henry Ford, que virou regra no mundo todo.
No Brasil, a partir de novembro, empregados das empresas brasileiras que se inscreverem para participar do projeto-piloto da Semana de 4 Dias (4 Day Week Brazil) poderão vivenciar essa realidade. O modelo reduz a carga horária de 40 horas para 32 horas semanais sem alteração de salário.
Mais de 85 empresas já mostraram interesse, segundo a organização 4 Day Week Global. As inscrições estão abertas e podem ser feitas no site do projeto. No dia 19 de julho, acontece a última sessão de esclarecimento, para tirar dúvidas sobre o programa.
O projeto é conduzido pela consultoria de felicidade corporativa Reconnect Happiness at Work e pela 4 Day Week Global, em parceria com pesquisadores da Cambridge University e do Boston College, e terá início em novembro de 2023, com previsão de término em abril de 2024.
A organização realiza estudos com empresas ao redor do mundo para experimentar a semana de trabalho de quatro dias. O objetivo é melhorar a produtividade, a satisfação dos funcionários e promover um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Testado em países como Reino Unido, Estados Unidos, Irlanda e Dinamarca, o projeto da semana de quatro dias teve resultados positivos, com aumento da produtividade e da receita das empresas, além de redução do estresse, da ansiedade e do burnout nos funcionários.
O Brasil, país mais ansioso do mundo e o segundo em sintomas de burnout, parece um lugar ideal para experimentar os efeitos da redução de jornada. Segundo uma pesquisa, 80% dos trabalhadores brasileiros sofrem com os sintomas da síndrome de burnout.
A metodologia da semana de quatro dias será a mesma adotada em outros países e utilizará o modelo chamado 100-80-100: 100% de salário, 80% de tempo e 100% de produtividade. Os participantes vão receber instruções, estratégias e suporte para lidar com o redesenho da semana, as métricas, a gestão de tempo e as mudanças na comunicação.