Adolescência: quando a preocupação com o corpo passa do normal

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A fase é de incertezas quanto a forma física e precisa de atenção redobrada para um bom desenvolvimento

A preocupação com a aparência física é um fenômeno comum na adolescência. Isto porque é naturalmente um período de foco no desenvolvimento da individualidade e autonomia, ao mesmo tempo que ao pertencimento ao grupo de pares. Nesse contexto, a reflexão sobre como os demais enxergam os jovens e o que pensam sobre eles se torna importante.

Ainda assim, é importante levar em consideração que já nesta idade os jovens são bombardeados por mensagens que vinculam sucesso, beleza e saúde à imagem de corpos femininos magros (e muitas vezes abaixo do peso saudável) ou homens musculosos e de porte grande. Isso pode favorecer o aumento da preocupação com o aspecto físico ou mesmo a percepção de que se é diferente e, portanto, inadequado.

Entretanto, existe um limite entre uma preocupação saudável com a aparência e quando este fato passa a interferir na rotina e na qualidade de vida do adolescente. Alguns dos sinalizadores importantes são que ele pode deixar de fazer algumas atividades para evitar a exposição de partes do corpo ou, quando isso não é possível, sentir emoções muito intensas com relação ao seu aspecto físico, sendo a mais comum a vergonha.

Quando um jovem passa a perceber o corpo (ou uma parte dele) como muito inadequado, ele está mais propenso a se engajar em comportamentos para modificá-lo ou escondê-lo, mesmo que isso custe a sua saúde mental e física. Como, por exemplo, restringir a alimentação, usar mangas longas e calças no verão, iniciar exercício físico excessivo, ou mesmo passar a evitar encontros sociais.

Redes sociais potencializam

As redes sociais e a cada vez maior “busca por likes” potencializa a situação. É possível estabelecer uma relação saudável com as mídias, buscando perfis que incentivem uma relação respeitosa com o corpo, ou que falem sobre outros assuntos que não aparência física, corpo e alimentação. Porém, é importante entendermos que as imagens das redes sociais são expostas dentro da proporção da tela de um celular, bastante menor que a real.

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É complexo para uma criança ou adolescente fazer uma comparação adequada entre duas dimensões que não são equivalentes – o corpo da tela e o seu, que está em dimensão real – podendo favorecer uma percepção enviesada do seu tamanho.

Outro fenômeno que ganhou força nos últimos meses foi o uso de filtros, principalmente no Instagram. Eles geralmente tendem a modificar o rosto da pessoa a partir da retirada de características normais, como irregularidades da pele, olheiras, ou áreas mais avermelhadas. Utiliza-los sem essa consciência pode facilitar com que o adolescente, ao se olhar no espelho, perceba mais ‘defeitos’ no seu rosto, ainda que se tratem de características naturais da pele humana.

Sinais que merecem atenção

É importante que os pais e responsáveis estejam atentos a perguntas frequentes como “Eu estou gorda(o)?” ou comentários depreciativos quanto ao próprio corpo; desistência de sair com amigos por não encontrar uma roupa na qual se sinta bem; evitar biquíni/sunga, shorts ou blusas sem mangas; preferência por roupas escuras e largas; diminuição ou retirada abrupta de alimentos da rotina; utilização de aplicativos para contagem de calorias; excesso de exercício físico e seguimento de muitos perfis voltados para alteração do corpo/alimentação em redes sociais.

Os pais precisam estar atentos aos valores enaltecidos no cotidiano da família, cuidando para desvincular o valor das pessoas da sua aparência física e da alimentação. Ambientes onde são comuns comentários críticos quanto ao corpo e alimentação, elogios direcionados à perda de peso, ou mesmo comparações entre a aparência física de irmãos tende a favorecer o desenvolvimento da insatisfação corporal.

Fonte Correio do povo

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