Agricultura regenerativa ganha reforço com a chegada de mixes de plantas de cobertura

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Portaria do Ministério da Agricultura simplificou o registro de produtos que melhoram condição dos solos para agricultura e pecuária; mercado aposta em crescimento a partir desta safra

 

O uso de misturas de sementes de leguminosas, capins e outras gramíneas para gerar cobertura de mais qualidade após a colheita não é novidade no sistema de plantio direto. De anos para cá, entretanto, pesquisas têm embasado a busca por forragens mais eficientes, diante do conceito de agricultura regenerativa, que foca a produção enquanto recupera a terra e preserva o meio-ambiente.

Essa procura por forragens mais ricas, com mais capacidade de ciclagem de nutrientes e maior volume de palhada, ganhou impulso com a publicação da portaria nº 538 (leia aqui) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no final de 2022.

Até então, o registro dos mixes industriais, que inclui por exemplo sementes de brachiarias e leguminosas, estava vinculado à realização de estudos individuais sobre cada proporção de misturas que, uma vez registradas, só poderiam ser alteradas diante de novos estudos. Com isso, a prática da mistura das sementes nas fazendas se tornou a mais comum.

“Agora, após a portaria de 2022, pode-se registrar qualquer porcentagem de composição, desde que esteja tudo detalhado no rótulo do produto e que as cultivares estejam devidamente registradas no MAPA”, esclarece Tiago Penha Pontes, engenheiro agrônomo e responsável técnico da Wolf Sementes. “Isso acelerou o lançamento de mais produtos e até mesmo a adequação de misturas conforme as necessidades e preferências agronômicas de cada região e até mesmo de cada produtor”, explica Pontes.

“Se o produtor já possui fórmula de forragem de sua preferência, podemos ajudar com nosso conhecimento e nossa tecnologia somados à qualidade de nossas sementes”, destaca Alex Wolf, CEO da empresa.

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Seguro agrícola

“Os mixes são uma apólice de seguro para o agricultor”, compara Adriano Santin, da Agrex do Brasil. Ele acredita que, por conta da incidência do fenômeno climático El Niño, regiões agrícolas de estados como Maranhão, Tocantins e Pará terão chuvas mal distribuídas.

“Ter palhada de qualidade não só contribui com a fertilidade do solo como o mantém mais úmido”, relata. “Sendo assim, diante das expetativas sobre o clima, a cobertura de palhada é uma espécie de seguro agrícola para a lavoura”, afirma o gerente.

Para Alex Wolf, a adoção de mix de cobertura, principalmente por agricultores mais tecnificados, pode fazer com que dentro de dois a três anos as plantas de cobertura passem a representar 30% do faturamento da empresa.

Fonte Opa Assessoria de Comunicação

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