Almoço grátis? Não tem!

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A cultura de grande parte da população deste planeta está fortemente embebida pelos princípios do capitalismo, onde grande parte da vida no planeta está precificada. Muitos especialistas são categóricos em dizer que o ser humano é alguém que tem na sua alma o espírito competitivo que o faz querer crescer, ampliar seus domínios, “vencer na vida” e que se isto lhe for retirado, morre. Outros dizem que por ter este espírito, o homem não se importa de reduzir sua perspectiva de longa vida neste planeta, através do uso indiscriminado dos recursos que ele tem e oferece para se viver nele.

A COP 27 está acontecendo neste momento, no Egito e justamente traz para o centro do debate, as vezes de forma sutil, o questionamento sobre qual o modelo de existência que queremos ter neste planeta. Como fazer para evitar a extinção da vida nele e, por consequência, torná-lo uma área inóspita, como podemos ver em outros astros deste universo. A Conferência do Clima tem focado suas atenções para as mudanças climáticas, trazendo para o centro da mesa o foco nas ações que o ser humano tem tido na sua relação com o meio ambiente. Neste tema também há divergências. Há grupos de cientistas que defendem a existência das mudanças climáticas e outros que são contra.

Uma das palavras mais usadas neste encontro e também fora dele é sustentabilidade cujo conceito mais conhecido é o da capacidade de o ser humano interagir com o mundo, preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras. Mas há dentro desta ideia, inserida de forma sutil, uma busca sobre como manter o crescimento econômico, a produção de riquezas com baixo nível de agressão a este ambiente onde vivemos. Como ter formas de saciar esta vontade voraz do ser humano em manter seus ganhos, sua possibilidade de enriquecer, aumentar suas posses, seu poder, sem matar o planeta onde vive e do qual depende para existir. Em outras palavras é quase que uma relação de mutualismo, onde o ser humano convive no ambiente, extrai dele o necessário, mas evita sua destruição, porque depende dele para viver.

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Uma das questões que está dentro deste espírito e também do sentimento de que é preciso ganhar sempre, é a preservação de rios e matas nas regiões produtoras de alimentos. A criação do código florestal que determinou regras para manutenção e recuperação de matas e ainda preservação de fontes de água, trouxe, num primeiro momento, uma revolta daqueles que passariam a ser responsáveis pela preservação destes recursos. Há um discurso que o produtor rural sempre preservou a natureza porque depende dela. A prática é que preservou o mínimo necessário.

Os povos originários sempre tiveram respeito pela terra, só extraindo dela o necessário, sem esgotar os seus recursos e devolvendo o que ela precisava como necessário para viver. Os povos colonizadores vieram para as novas terras em busca de riqueza, de explorar os recursos que elas proporcionariam. Quem vem com este espírito, geralmente não tem consciência de preservação. E esta cultura de explorar ao máximo, ainda existe no nosso âmago. Por isto que quando o Código Florestal foi instituído, logo buscaram criar leis que remunerassem o produtor, pelo serviço de preservação ambiental das matas, florestas e rios que estivessem na sua propriedade.

E aí, se põe a realidade. Uns preservam porque entendem que extinguindo os recursos do planeta, também eles se estinguem. Outros só preservam se receberem compensações sobre isto. A diferença está na consciência que nasce com a pessoa, por conta de uma cultura ancestral e a outra que quer explorar ao máximo as riquezas e só vai preservar se houver leis punitivas para isto e se for compensado financeiramente por deixar de usar aquele recurso. É a tal da ideia de que não existe almoço grátis, sempre tem uma conta a ser paga. O que você pensa sobre isto?

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