A preocupação com os níveis nutricionais presente nas safras de soja e a busca por melhorias na produção é uma meta pertinente dos produtores. Dessa forma, para auxiliar na análise dos nutrientes, a Embrapa, em sua completa publicação “Tecnologias de produção de soja”, apresenta tabelas de análise foliar das plantas. Dessa forma, o agricultor poderá realizar a interpretação foliar de maneira mais adequada, tendo a certeza de que a soja está devidamente nutrida. Assim, o produtor conseguirá informações para a adubação necessária para aquela plantação.
Segundo a Embrapa, as adoções de tecnologia que visam a análise foliar tem como objetivo reduzir riscos mas também os custos. Além disso, aumentar a produtividade de forma sustentável, com preservação do meio ambiente.
De acordo com o pesquisador da Embrapa, Cesar de Castro, “Normalmente o agricultor faz a análise de solo para decidir sobre a adubação necessária. Já a análise das folhas deve ser realizada no início do florescimento pleno (R1 e R2), podendo se estender, em alguns casos até o R3”, diz Castro.
Nesse artigo, abordaremos as considerações para a análise de soja, segundo os critérios da publicação de 2020 da Embrapa, além do conteúdo das tabelas que apresentam os nutrientes avaliados na diagnose foliar.
Acompanhe a leitura!
A análise foliar para soja
Na publicação, a Embrapa recomenda coletar o terceiro ou o quarto trifólio, sem pecíolo, considerados a partir do ápice das plantas de um mínimo de 25 plantas. Além disso, as folhas coletadas devem estar livres de poeira, bem como possíveis contaminações por produtos aplicados via foliar. As folhas deverão ser acondicionadas em sacos de papel para secagem à sombra.
A época ideal de amostragem de folhas, no entanto, difere em função do tipo de crescimento. Deve ser considerado o estádio de desenvolvimento de aproximadamente 50% das plantas do talhão.
Ainda, os cultivares que tem tipo de crescimento determinado, a amostragem deve ser realizada no início do florescimento/florescimento pleno (Estádios R1 e R2). Já a amostragem de folhas das cultivares que possuem tipo de crescimento indeterminado, o estádio é o R2, podendo-se estender até o início do estádio R3, desde que as plantas estejam no estádio vegetativo V8/V10.
Após o resultado da análise, fica a cargo do engenheiro agrônomo ou técnico agrícola a comparação com as novas tabelas, para saber se a nutrição da soja é adequada.
A correlação que existe entre o estado nutricional da planta é direta com as concentrações potenciais da produção de soja. Desse modo, o melhor órgão para realizar a análise são as folhas recém maduras, coletadas no início do florescimento. Por essa razão, a técnica é conhecida como diagnose foliar.
Esse é um ponto crucial para a produção, visto que com a análise e comparação, o produtor tem a possibilidade de realizar a correção na safra seguinte. Vale ressaltar que na safra que foi realizada o teste, não há mais a possibilidade de correção.
Tabela de análise foliar para soja
As tabelas de análise foliar estão disponíveis em um material completo, desenvolvido pela Embrapa, sobre as tecnologias para a produção de soja, com as indicações técnicas para todas as fases do cultivo. Para acessar os valores dos nutrientes para a comparação, acesse o PDF e em seguida vá direto para a página 148, na sessão de diagnose foliar.
Quanto o conteúdo presente nas tabelas, são apresentados os teores utilizados para a interpretação das análises de folhas, sem pecíolo, de soja do tipo de crescimento determinado e indeterminado.
As tabelas apresentam as concentrações baixas, adequadas e altas dos seguintes elementos:
- Nitrogênio
- Fósforo
- Potássio
- Calcio
- Magnésio
- Enxofre
- Boro
- Cobre
- Ferro
- Magnésio
- Zinco
Os valores gerais são apresentados na Tabela 7 do documento. Contudo, existem algumas especificações diferentes para o estado do Paraná, com relação as faixas indicativas de suficiência de nutrientes definidas para a soja de tipo de crescimento indeterminado.
Os estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, apresentam algumas diferenças para a análise também. Nesses estados, adota-se como folha índice o terceiro ou quarto trifólio, a partir do ápice, coletado no estádio (R2), podendo-se interpretar o resultado de amostras com ou sem pecíolo.