As alegrias da maternidade

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“As alegrias da Maternidade” é uma JÓIA de livro, da autora Buchi Emecheta nascida em Lagos na Nigéria. A primeira tradução e tiragem aqui no Brasil foi feita pela TAG Livros em 2017 e atualmente você pode comprar pela Saraiva. Apesar do título vir com a palavra ”alegrias”, de feliz ele não tem nada.

Desculpe livro se te julguei pelo seu nome e pela sua capa. A verdade é que você vai pra minha lista dos melhores livro que eu já li.

Pois bem, em Alegrias da Maternidade, acompanhamos a trajetória de Nnu Ego, filha de um grande líder africano, ela é enviada como esposa para um homem na capital da Nigéria. Determinada a realizar o sonho de ser mãe e, assim, tornar-se uma “mulher completa”, submete-se a condições de vida precárias e enfrenta praticamente sozinha a tarefa de educar e sustentar os filhos. Entre a lavoura e a cidade, entre as tradições dos igbos e a influência dos colonizadores, ela luta pela integridade da família e pela manutenção dos valores de seu povo.” Nessa trajetória de acompanhar Nnu Ego, trago alguns pontos que mais me chamaram a atenção durante a leitura:

Primeiro, pra quem não sabe, África é um continente e não apenas um país, e só estudando sobre cada peculiaridade deste enorme continente a gente passa a compreender minimamente a diversidade entre eles. Tal como dizer que nós Brasileiros somos iguais aos americanos e mexicanos só por pertencermos ao mesmo, mais uma vez, continente. Entendem a complexidade?! Vamos lá, a narrativa do livro se passa em Lagos, cidade da Nigéria e em Ibuza (atual Ibiza) localizada a pouco menos de 300km do norte da África. Isso pra dizer que a nossa personagem passa por situações que representam a diversidade dessa cultura. Vários Deuses; reencarnação dentro da própria família como carma; ser uma das muitas esposas de seu marido, PERTENCER a seu marido; escravidão; guerras e etc.

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Questionar o tipo de educação destinado à mulher, a valorização da maternidade como única preocupação possível, a violência degradante do colonialismo são questionamentos presentes não só nos estereótipos da mulher nigeriana e africana, mas também em nós mulheres brasileiras. Apesar de vir da mesma Pangeia, estranhei os costumes e a aceitação que as mulheres tinham como propósito de vida, a tal ponto de ser deslegitimada se tivesse a primeira filha mulher e não um homem. Os homens que davam continuidade ao nome da família, os homens que podiam estudar, os homens que podiam ter várias esposas, os homens também podiam bater em suas mulheres se achassem que elas estavam falando besteira ou algo que os desonrassem. Sempre tudo relacionado aos homens. Te parece semelhante?

Nnu Ego sonhava e idealizava ser mãe, parecia incrível a ideia de tê-los embaixo de suas asas a ponto de tirar o pouco de comida que tinha da própria boca para dar a eles, pra no fim, então perceber que os filhos pertencem ao mundo e não a própria mãe.

Dica forte pra pensar nesse final de semana né?! Rs

*Se alguém quiser ler o livro, pode entrar em contato comigo.

Beijos e até semana que vem!

Camila Nunes  Produtora

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