Cresci ouvindo contos de príncipes e princesas. Já quis ser a Cinderela e ter o cabelo da Rapunzel. Já me fiz de Bela Adormecida e já me imaginei vivendo como a Pequena Sereia. Já pintei o cabelo de preto e fui chamada de Branca de Neve. Entre a infância e a vida adulta fui criada fazendo parte de um mundo chamado Disney. Fui criada com magia e diversão, como toda criança que teve acesso a televisão.
Mas o mundo mudou e as princesas também. A que antes era rebelde hoje virou Valente. A TV foi substituída pela internet e os filmes agora são em 4K, você não mais precisa rebobinar.
Em todas essas mudanças não só vimos princesas salvando os príncipes como abrindo negócios e juntando dinheiro. A educação financeira infantil chegou no mundo encantado.
Sonhar, planejar, orçar e diagnosticar hoje é realidade nas telinhas kids. O gastar, esbanjar, antecipar e parcelar também. Não basta apenas ligar o HD ou o canal de assinatura e deixar a criança consumir o conteúdo. Tem que orientar, ensinar, conversar e observar.
De repente, o personagem preferido da sua criança é a princesa mimada que gasta por gastar ou o príncipe falido que pensa em não trabalhar e se casar com uma mulher que possa lhe sustentar. Calma! Se for, não há nada de errado nisso. As crianças gostam de coisas diferentes. O problema é não conversar, não educar, não ensinar.
Em um tempo não muito distante onde as histórias começavam com “era uma vez…” acreditávamos que dinheiro não era assunto de criança. Hoje, com o mundo na palma das mãos, é preciso ter sempre um olhar atento. Tem muita coisa que ainda não se aprende com um clique.
Por hoje, salvem a rainha, que não faz parte do mundo Disney, mas vive num castelo encantado.