Bahia recebe compradores internacionais e amplia perspectivas de exportação do algodão baiano

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A comitiva internacional da Missão Compradores desembarcou nesta semana, na Bahia para conhecer a produção de algodão do Oeste da Bahia. Representantes de indústrias têxteis de interessados na pluma brasileira conheceram as lavouras de algodão, na fase da colheita, e as estruturas da indústria de beneficiamento e a classificação da fibra comercializada para o mercado internacional. A missão, promovida pelos cotonicultores brasileiros, por meio da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), com o apoio local da Associação Baiana dos Produtores do Algodão (Abapa), tem o objetivo de ampliar o espaço das exportações demonstrando a capacidade de produção da fibra com qualidade, sustentabilidade e respeito aos protocolos internacionais para o comércio exterior.

A comitiva deste ano conta com cerca de 23 representantes de indústrias têxteis vindos de países como Bangladesh, China, Córeia do Sul, Estados Unidos, Honduras, Índia, Paquistão e Turquia. Anfitrião da comitiva, o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, destaca a parceria entre Abrapa, Apex-Brasil e Anea para trazer a missão para a Bahia. “Estamos abrindo caminhos para que compradores de todo o mundo tenham a oportunidade de, pessoalmente, observar a tecnologia avançada aplicada à produção sustentável e ao sistema produtivo, ao mesmo tempo em que destacamos o algodão de qualidade produzido na Bahia. Nosso objetivo é assegurar que o empenho incansável de nossos produtores seja convertido em resultados para o nosso algodão”, afirma.

Executivo da operação de algodão de uma indústria têxtil, Jim Martin, já utiliza o algodão brasileiro em uma operação na Columbia e pretende fazer testes em fábricas nos Estados Unidos. “Nessa viagem estou conhecendo o futuro, aqui é o futuro. Eu achava que as áreas dos Estados Unidos e Austrália eram grandes, mas a escala e a tecnologia que é implementada aqui é incrível. Estou impressionado com o fato do clima ser bem definido, bem diferente dos Estados Unidos, sendo ideias para a produção do algodão”, disse Martin.

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Pela primeira vez no Brasil a compradora do mercado têxtil, Faizah Mehmood, gostou da vivência em conhecer o setor produtivo na Bahia. “A maior vantagem que vejo no algodão brasileiro é o baixíssimo nível de contaminação. É o algodão com menor índice de contaminação que já recebi até hoje na minha fábrica. O que vejo no algodão da Bahia que me chamou muita atenção é o quanto é branco e uniforme. Mesmo com o custo de produção mais alto para obter um algodão com esse nível de qualidade, nós industriais ficamos muito felizes com essas características da fibra. A gente consegue ver na nossa fábrica a diferença no produto final. Estou muito satisfeita com o que vi na Bahia”, reforça Mehmood.

O sul-coreano Mr. Park, investidor no Vietnã, conheceu as fazendas e ficou impressionado com a organização do sistema de produção e irrigação. “As fazendas são muito organizadas, achei impressionante também a aplicação das tecnologias de irrigação. É muito proveitoso estar na Bahia e acompanhar tudo que estamos vendo, o que ajuda a entender como funciona o setor do algodão local. Com a visita, pudemos certificar a qualidade da fibra baiana, com mais brilho, ajudando a mudar a nossa expectativa em relação ao algodão baiano, que foram superadas”, pontuou o investidor.

Bahia recebe compradores internacionais e amplia perspectivas de exportação do algodão baianoOeste da Bahia

No compromisso da Missão Compradores em terras baianas, a comitiva desembarcou na Fazenda Warpol e algodoeira do Grupo Busato, em São Desidério, seguida da visita ao Centro de Análises de Fibra da Abapa e das novas instalações do novo centro em construção, ambas em Luís Eduardo Magalhães. À noite, eles participaram de um jantar em Luís Eduardo Magalhães, com os produtores de algodão baianos, como oportunidade para intercâmbio de informações sobre o setor.

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“É sempre uma grande oportunidade receber os representantes das grandes indústrias internacionais para apresentar toda a tecnologia avançada utilizada em campo e as boas práticas, além do solo e clima únicos do oeste da Bahia, que tem proporcionado a qualidade, já reconhecida e bastante procurada no mercado internacional”, reforçou o produtor Júlio Cézar Busato, um dos produtores anfitriões da Missão Compradores e integrantes da diretoria consultiva da Abapa. Júlio abriu a visita na Bahia com uma recepção aos convidados e apresentou juntamente com a família a Fazenda Warpol, na fase de colheita, e que mantém uma área de 4500 hectares de plantio de algodão.

A Bahia é o segundo maior produtor do país. Na safra 2023/2024, em andamento, a previsão é que sejam colhidas uma produção de 662,8 mil toneladas de algodão toneladas de pluma e caroço de algodão, e com uma produtividade de 1.919 kg de pluma/ha arrobas/hectare. Para a 1ª vice-presidente da Abapa, Alessandra Zanotto Costa, este tipo de visita dos compradores traz retornos favoráveis ao mercado, o que demonstra que os produtores baianos estão no caminho certo. “Cada visita de quem consome o nosso algodão é uma forma de aperfeiçoar cada vez mais o nosso produto, garantindo mais valor à nossa produção, e isto só conseguimos com investimentos consistentes em tecnologia e práticas sustentáveis”, reforçou.

Bahia recebe compradores internacionais e amplia perspectivas de exportação do algodão baianoMercado

“A receptividade dos compradores em relação ao nosso algodão tem sido excelente. Eles viram que nosso algodão melhorou muito nos últimos anos, investimos em pesquisas, melhoramentos genéticos e boas práticas nas lavouras algodoeiras para obtermos uma das melhores qualidades do mundo. Receber o elogio deles, aqui pessoalmente, significa muito para nós e faz com possamos nos aperfeiçoar, incentivando os produtores a fazerem da maneira correta, se posicionando no mercado internacional. As características que temos de eficiência de produção, como a qualidade, sustentabilidade e nossa preocupação com o meio ambiente e com o social, torna o algodão brasileiro um produto exclusivo no mundo”, disse Alexandre Schenkel.

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Atualmente, o algodão baiano é exportado para países asiáticos, como China, Indonésia, Bangladesh e Vietnã e comercializado junto às indústrias têxteis no Brasil. Além da Bahia, a Missão Compradores conheceu a cadeia produtiva do algodão em Goiás e Mato Grosso. A Missão Compradores integra as ações do Cotton Brazil, programa de promoção internacional que representa todo o setor produtivo do algodão em escala global. Coordenado pela Abrapa, tem parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e apoio da Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea).

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