Candida auris, o superfungo letal que já infectou três pessoas em Pernambuco

0
301

As autoridades sanitárias estão considerando o patógeno como uma “ameaça à saúde global”

As autoridades sanitárias do estado de Pernambuco estão preocupadas com a avanço da doença causada pelo superfungo Candida auris que já infectou três pessoas nos últimos dias, sendo que o estado já registrou 48 casos entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022.

Os pacientes são três homens de 48, 66 e 77 anos, internados em Recife, Paulista e Olinda

A Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco investiga se as pessoas foram infectadas nos hospitais ou em outro local, além de testar quem teve contato com esses pacientes.

O Candida auris é um fungo emergente considerado pelos CDCs (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA “uma ameaça à saúde global”. São três as razões que levam a agência sanitária estadunidense a manter um alto nível de alerta em relação ao patógeno:

1. Muitas vezes, é multirresistente, o que significa que é resistente a vários antifúngicos comumente usados ​​para tratar infecções por Candida. Algumas cepas são resistentes a todas as três classes disponíveis de antifúngicos .

2. É difícil de ser identificado com métodos laboratoriais padrão e pode ser identificado erroneamente em laboratórios sem tecnologia específica. A identificação incorreta pode levar a uma gestão inadequada.

3. Ele causou surtos em ambientes de saúde. Por isso, é importante identificar rapidamente o Candida auris em um paciente hospitalizado para que os serviços de saúde possam tomar precauções especiais para impedir sua propagação.

O Candida Auris foi descrito pela primeira vez no Japão, em 2009. Ele pode causar infecções na corrente sanguínea e provocar morte, especialmente em pessoas com a saúde já debilitada, como indivíduos internados e idosos em instituições de longa permanência. Estima-se que um em cada três pacientes com infecção invasiva (sangue, coração ou cérebro, por exemplo) morra.

LEIA TAMBÉM  Bahia ocupa a primeira posição em transplante renal no Nordeste entre os meses de janeiro e novembro

Os CDC ressaltam que devido à dificuldade em identificar o Candida Auris, e por normalmente ele acometer pessoas já doentes por outras causas, a infecção pode passar despercebida. Indivíduos saudáveis geralmente não são infectados pelo Candida auris. Por outro lado, pacientes com o sistema imunológico enfraquecido, internados em hospitais e, principalmente, com acessos no corpo (respirador, sondas e cateteres, por exemplo), correm mais risco.

A higiene adequada do ambiente hospitalar e de casas de repouso e de quem frequenta esses locais é apontada pelos CDC como uma medida eficaz de prevenção. Os sintomas mais comuns sãos febre e calafrios, que não melhoram com antibióticos em casos de suspeita de infecção bacteriana.

Os pacientes também podem ter manifestações na pele e infecção nos ouvidos, segundo a agência norte-americana. A maioria dos casos é tratada com uma classe de medicamentos antifúngicos chamados equinocandinas. Entretanto, alguns não respondem aos remédios, o que torna o tratamento mais difícil e obriga os médicos a prescrever altas doses.

Força-tarefa

Para acompanhar o caso e prevenir a disseminação de Candida auris no país, foi organizada uma força-tarefa nacional composta por representantes da Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde – Suvisa Bahia, da Coordenação Estadual de Controle de Infecção Hospitalar (CECIH Bahia), do Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde – Cievs (Nacional, Bahia e Salvador), da Secretaria de Estado de Saúde da Bahia, da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador e da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, além de representantes do Ministério da Saúde (CGLAB/SVS, Cievs nacional), do Lacen-BA, de laboratórios da rede nacional para identificação de C. auris e da Gerência de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde (GVIMS/GGTES) da Anvisa.

A Agência está trabalhando na revisão do Comunicado de Risco 01/2017 – GVIMS/GGTES/ANVISA, para contemplar a nova situação epidemiológica do país, a inclusão de outros laboratórios como referência para a rede nacional e as novas evidências científicas disponíveis. Recomendamos que os serviços de saúde e laboratórios de microbiologia estejam alertas às orientações previstas nesses documentos, para que ações de prevenção e controle da disseminação desse fungo sejam adotadas de forma oportuna e segura.

LEIA TAMBÉM  Novo secretário de Saúde assume a pasta em Luís Eduardo Magalhães

Serviços de saúde e laboratórios de microbiologia devem estar alertas às orientações previstas no Comunicado de Risco, para adotar as ações de prevenção e controle da disseminação desse fungo de forma oportuna.

Fonte Correio do Povo

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Digite seu nome aqui