Depois de todo este tempo de pandemia no Brasil, não é nenhuma novidade que o coronavírus causou mudanças drásticas em todas as esferas da sociedade. Além do impacto na saúde, nas empresas e na economia, o momento atual mudou até mesmo a relação das pessoas com a alimentação.
Enquanto muitos estão em casa e os restaurantes estão fechados, não resta dúvidas de que a alimentação na pandemia passou por transformações grandes. Mas, de fato, como foi sentido o impacto no dia a dia dos brasileiros?
Para entender melhor os dados sobre a alimentação na pandemia, foi feita uma pesquisa com mais de 2 mil brasileiros. Investigamos os hábitos de consumo durante a pandemia, os alimentos que fazem parte da dieta e aqueles que estão sendo deixados de lado.
Veja agora os principais dados sobre a alimentação na pandemia, sob o ponto de vista dos próprios brasileiros.
Dados sobre a alimentação na pandemia
Em uma avaliação sobre os hábitos de compra dos supermercados, foi descoberto que, durante a pandemia, as pessoas estão indo menos vezes ao supermercado e comprando mais itens a cada compra.
Isso requer um maior planejamento do que vai ser comprado. Cabe agora entender quais são os alimentos que estão ocupando maior destaque nos carrinhos de supermercado.
É interessante notar que, no geral, as pessoas passaram a se alimentar melhor durante a pandemia. 34% estão comendo mais frutas do que comiam antes, e os principais motivos apontados é que elas são mais saudáveis, passaram a fazer parte da dieta das pessoas e as deixam mais felizes. 33% estão comendo mais legumes e verduras, também porque são mais saudáveis e passaram a fazer parte da dieta, mas também porque são mais práticas.
Os ovos, o arroz e o feijão também ganharam destaque. O destaque desse itens na alimentação na pandemia não é só porque são saudáveis, mas também porque são práticos e baratos.
Mas nem só alimentos saudáveis ganharam destaque.
Durante a pandemia no Brasil, 27% estão consumindo mais doces e biscoitos, porque deixam as pessoas mais felizes, trazem conforto e são práticos. E 23% dos brasileiros estão comendo mais macarrão e massas, principalmente porque são práticos, baratos e deixam as pessoas mais felizes.
Refrigerantes, bebidas alcoólicas, produtos industrializados, pizzas, hambúrgueres e fast-food, comida congelada e snacks e salgadinhos. Todos esses alimentos têm um percentual maior de pessoas que estão consumindo menos do que os que estão consumindo mais. Pensando na alimentação na pandemia, essa é uma boa notícia do ponto de vista da saúde. E essa é justamente uma das justificativas dos consumidores.
Em todos os casos, o fato desses alimentos não serem saudáveis foram apontados como um dos principais motivos. Além disso, no caso de bebidas alcoólicas, refrigerantes e outros produtos industrializados, as pessoas também afirmam que, ao consumi-los, sentem desconforto ou se sentem mal.
Relação com a comida na pandemia, impacto emocional e no peso
A alimentação na pandemia – assim como em qualquer outro período – não acontece apenas pela motivação da fome. Na verdade, há muitos outros gatilhos que levam uma pessoa a comer.
Durante a pandemia, 56% sentem que fatores emocionais o fazem comer mais. Por outro lado, 56% sentem que conseguem controlar melhor a qualidade do que comem em casa. Ou seja, apesar de nos vermos beliscando ou comendo mais vezes por dia, estamos comendo qualitativamente melhor.
Isso porque, durante o confinamento, a decisão do que comer ocorre no momento da compra, no supermercado, e não no momento em que a fome bate, ou que estamos entediados ou ansiosos.
Sem a tentação da batata-frita no self-service, das inúmeras variedades na praça de alimentação do shopping ou do pastelzinho de queijo pra acompanhar o chopp no boteco, sentimos que estamos nos alimentando melhor, ainda que estejamos comendo mais.
Ainda assim, 6 em cada 10 sentem que estão ganhando peso durante a pandemia. Isso pode ocorrer pelo fato de estarem comendo mais, mais sedentários e/ou mais tristes e ansiosos.
Fonte Opinion Box