
Setor Agrícola Emprega 28,2 Milhões de Pessoas em 2024
O agronegócio brasileiro registrou um aumento de 1% no número de empregos em 2024, comparado com o ano anterior, com um total de 28,2 milhões de pessoas empregadas no setor. De acordo com os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), essa expansão reflete o crescimento contínuo do setor, que vem demonstrando resiliência perante os desafios econômicos globais. Com essa expansão, o setor de agronegócio passou a representar 26,02% do total de ocupações no Brasil, destacando sua importância econômica e social no país.
Análise dos Dados
A pesquisa realizada pelo Cepea/CNA apontou que o crescimento do agronegócio foi impulsionado por vários fatores. O aumento no número de empregados com e sem carteira assinada foi um dos principais motivos, assim como a maior participação de trabalhadores com nível educacional mais elevado, seguindo uma tendência histórica do setor. Além disso, a maior presença feminina no mercado de trabalho agrícola também contribuiu para esse aumento. Esses dados sugerem que o setor agrícola está se tornando cada vez mais diversificado e inclusivo, o que pode ser um fator positivo para o desenvolvimento sustentável do país.
Rendimentos Mensais
Os rendimentos mensais dos empregados no agronegócio também apresentaram um crescimento significativo, com um aumento de 4,5% em relação a 2023, superando o aumento registrado no mercado de trabalho geral, que foi de 4,0%. No entanto, os rendimentos dos empregadores do setor tiveram um incremento mais modesto, de 1,6%, abaixo do observado no mercado de trabalho geral, que foi de 2,9%. Já os trabalhadores por conta própria tiveram um aumento de 3,3% ao ano, inferior ao incremento verificado no mercado de trabalho geral, que foi de 5,7%. Esses dados sugerem que, embora o setor agrícola tenha apresentado um desempenho positivo, ainda há desafios a serem superados em termos de igualdade de rendimentos.
Análise Setorial
A análise setorial do Cepea/CNA apontou que o ímpeto para o crescimento do agronegócio veio principalmente do aumento no contingente de pessoas atuando em insumos, agroindústrias e agrosserviços. O segmento de insumos apresentou um crescimento de 3,6% entre 2023 e 2024, principalmente devido ao aumento da população que trabalha na indústria de rações, que cresceu 14,6% no mesmo período. As agroindústrias também tiveram desempenho positivo, com um crescimento de 5,2%, principalmente impulsionado pelos setores de abate de animais, massas e outros alimentos, móveis de madeira e moagem e produtos amiláceos. Os agrosserviços apresentaram um crescimento de 3,4%, influenciado pela expansão da agroindústria e pela crescente complexidade operacional de algumas atividades industriais.
Desafios no Segmento Primário
No entanto, o segmento primário do agronegócio apresentou um desempenho negativo, com uma redução de 3,7% no número de pessoas ocupadas, influenciada pela diminuição no número de pessoas atuando na agricultura e na pecuária. Essa redução pode ser um sinal de alerta para o setor, que precisa encontrar maneiras de aumentar a produtividade e eficiência para manter sua competitividade no mercado global. Além disso, a queda no número de pessoas ocupadas no segmento primário pode ter implicações sociais e econômicas para as comunidades rurais, que dependem fortemente da agricultura e da pecuária para sua subsistência.
Perspectivas para o Futuro
Em resumo, o agronegócio brasileiro demonstrou um desempenho positivo em 2024, com um aumento de 1% no número de empregos e uma expansão nos segmentos de insumos, agroindústrias e agrosserviços. No entanto, o segmento primário apresentou uma queda no número de pessoas ocupadas, o que pode se transformar em um desafio para o setor. Para manter a competitividade e promover um desenvolvimento sustentável, o setor agrícola precisa investir em tecnologia, inovação e em programas de treinamento e capacitação para os trabalhadores, bem como buscar formas de aumentar a produtividade e eficiência em todos os segmentos do agronegócio. Com essa abordagem, o setor pode continuar crescendo e se desenvolvendo, contribuindo para o crescimento econômico e social do país.