Dizem na “boca miúda” que ao gerar um filho a mulher desperta o hormônio da compra. Se for o primeiro, então, misericórdia!
O checklist começa com a ultrassom e evolui conforme a barriga começa a crescer.
É um tal de encomenda bolo e balão que lá vem o chá revelação.
Revelou o sexo?! Respira! Agora que começa o calvário. Tem que preparar o quarto que, segundo manda o figurino, deve ser temático.
O enxoval é o rei do gasto! Compra manta, bolsa térmica, cueiro (o que e isso mesmo?), babador, naninha e chocalho. Isso sem falar do aspirador nasal, a babá eletrônica e a cadeira de amamentação.
Durante a semana pesquisa nas lojas físicas e nos finais de semana se derrete nas lojas virtuais com o body manga curta e longa, os conjuntinhos, macacão, calça/ culote/ mijão. Chegou a hora de usar o limite do cartão.
Ainda falta muito para o bebê nascer, mas que lindo aquele casaquinho, conjuntinho e gorro para o frio, mesmo a criança nascendo no verão. Deve ser por causa do ar condicionado. Mãe sempre tem razão.
Acorda na madrugada para anotar que precisa se lembrar de comprar o termômetro para banheira. Ouviu em algum lugar que não se pode confiar na sensibilidade das mãos.
A mãe compra tudo. O laço, o brinco, a toalha de boca e a toalha com capuz. Agenda ensaio fotográfico antes do parto, na hora do parto e depois do parto.
Compra saída de maternidade a preço de bitcoin para usar uma única vez e guardar para a eternidade. Diz que o menino ao cresce pode querer ver.
Quando se pensa que acabou e que tudo está pronto, ela se lembra de comprar a cadeirinha do carro. Quando respira, quase aliviada, vê que nos infinitos ensaios faltou o newborn. Chora, descabela e se sente a pior mãe do mundo. O filho tá na iminência de nascer e ela – sequer – se lembrou das fotos no balde.
No final das contas, indo para a maternidade, é que se lembra que precisa de um sutiã novo e uma roupa com abertura para amamentação.
A matemática não explica e os números não mentem. O débito é sempre maior que o previsto e o necessário. Mas, se tem uma coisa que a vida ensina é que o valor é incalculável.
Nesta semana vou quebrar o protocolo para dizer que: Por hoje, salvem as mães, que são os melhores ativos que uma pessoa pode ter.
