Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2019), o Brasil tem a maior taxa de pessoas ansiosas do mundo, chegando à quase 10% da população. Entretanto, ainda fala-se pouco sobre esse transtorno e muitas vezes a diferença entre ataque de ansiedade e ataque de pânico não fica tão clara.
A ansiedade é normalmente caracterizada por uma preocupação constante sobre possíveis acontecimentos futuros e, normalmente negativos, além de uma tensão persistente, sendo difícil para o indivíduo se ater ao momento presente. Atualmente, pela vida corrida, estímulos constantes e pressão imensa, um certo nível de ansiedade é natural, e até esperado. Mas, quando essa ansiedade se torna muito exagerada, como se tivesse atingido um pico, chegando a causar sintomas físicos, ela pode ser caracterizada como ataque de ansiedade.
Já no ataque de pânico, classificado com um tipo de transtorno ansioso, é como se a ansiedade fosse ainda mais potencializada, com sintomas ainda mais intensos e acontecendo de maneira súbita. A região cerebral responsável pelo controle das emoções e liberação de adrenalina – hormônio que prepara o indivíduo para lutar ou fugir – é “ligada”, sem que haja um perigo real, provocando intenso mal-estar.
De maneira geral, podemos diferenciar o ataque de pânico do ataque de ansiedade da seguinte maneira:
Início
Ataque de Pânico: episódio abrupto, imprevisível, de medo excessivo, com sintomas intensos e muitos angustiantes;
Ataque de Ansiedade: início mais lento, sensação vai crescendo aos poucos, com sintomas mais leves, porém bem angustiantes.
Sintomas mais frequentemente relatados
Ataque de Pânico: ansiedade muito potencializada, dificuldade para respirar, taquicardia, sensação de irrealidade e despersonalização, sudorese, tremores, medo de perder o controle e de morrer;
Ataque de Ansiedade: ansiedade intensa, falta de ar, palpitação, náusea, tontura, dor muscular, dor de cabeça.
Gatilhos
Ataque de Pânico: causa subjetiva, seu início, na maior parte das vezes, não está relacionado a nenhum problema concreto, lógico;
Ataque de Ansiedade: normalmente tem relação com alguma preocupação específica, concreta.
Duração
Ataque de Pânico: normalmente sua duração é curta, de 5 a 30 minutos;
Ataque de Ansiedade: não há duração certa, pode ser contínua e se estender.
Tratamento
Ambos os transtornos podem ser tratados com psicoterapia e, em alguns casos, sua combinação com medicamentos, prescritos por um psiquiatra.
Conclusão
Tanto o ataque de ansiedade quanto o ataque de pânico podem causar muita angústia, muito sofrimento, afetar relações interpessoais em diversos contextos (pessoal, familiar, profissional), prejudicar a produtividade no trabalho, levar ao abuso de álcool e drogas, à depressão, dentre outros prejuízos.
Além disso, o indivíduo passa a ter receio do ataque ocorrer novamente e fica constantemente tenso, procura evitar diversas situações que podem ser vistas como possíveis gatilhos, se privando de momentos que poderiam ser prazerosos.
Entretanto, esses transtornos têm tratamento, deve ser conduzido por um psicólogo e/ou psiquiatra e duração muito individual, dependendo de como cada pessoa reage a ele, da intensidade do transtorno, etc.
Fonte: Efetiva Saúde