Ei, você aí, me dá um dinheiro aí!

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Sim, todo o sistema agronegócio representa 1/3 do PIB brasileiro. E todo ele junto produz uma riqueza bastante significativa. Por isto tem atraído a atenção de setores que antes lidavam somente com temas urbanos no caso, investidores. A estrutura que existia fortemente até ano passado era de que a produção agrícola em si, o dentro da porteira, era financiada a partir de recursos públicos, disponibilizados pelo Governo Federal quando anunciava o plano safra.

Mas uma nova visão começou a ser debatida pelas entidades representativas dos produtores. Seria possível chamar o capital que circula fora dos bancos oficiais para investir na produção agrícola e, com isto, ser mais uma fonte de recursos ao produtor, sem que ele tenha que comprometer seu limite de financiamentos bancários? A partir daí, estudos foram feitos e surgiram os Certificados de Recebíveis Agrícolas, CRA´s e Certificados de Recebíveis Imobiliários, CRI´s que são formas dos investidores urbanos obterem lucros com uma safra de soja, por exemplo. Também existe a Letra de Crédito do Agronegócio, LCA. Tudo isto, regulado pela Comissão de Valores Mobiliários.

Mais recentemente foi aprovado o FIAGRO, Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais, com o objetivo de ampliar o portfólio de instrumentos de captação de recursos privados para o agronegócio. Do ponto de vista do investidor, um fundo possibilita a diversificação do risco assumido, o que tende a ampliar a liquidez do mercado. É um instrumento complementar a outras formas de financiamento que os agentes do agronegócio, incluindo os produtores rurais, já podem tomar.

Conforme disse o advogado André Passos, especializado em agronegócio, todos estes títulos aproximaram a cidade do campo. Em geral, os investimentos são feitos em CDBs ou via clubes de investimentos. Com a criação destas novas modalidades os grupos de investidores podem optar por investimentos em soja, por exemplo, plantada por um ou mais produtores.

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Mas há um fato que chama a atenção. O Fiagro, por exemplo, acaba se restringindo a grandes produtores ou operações, porque seus valores são bem altos e até para organizar uma operação de Fiagro o investimento inicial é bastante significativo. Por outro lado, pelas características da produção agropecuária, onde uma parte significativa do resultado depende das condições climáticas, os donos destes recursos vão querer garantias substanciais de seu retorno o que vai aquecer o mercado de seguro agrícola.

Importante dizer que são operações que exigem estudos, especialistas no assunto, mas ao que parece, ao tomador, o custo deste dinheiro é mais baixo que o disponibilizado pelos bancos comerciais. Portanto, pode viabilizar muitos projetos dentro da propriedade rural a custos mais baixos. É bom estudar e ver se está de acordo porque cada vez mais os governos vão estimular a entrada de capitais externos no financiamento da agropecuária.

Ei, você aí, me dá um dinheiro aí!

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