Apesar da explosão de notificações das arboviroses em fevereiro de 2021, em especial a dengue, LEM atinge em abril 0,9% de infestação, dentro do aceitável pelo Ministério da Saúde
Diante do cenário turbulento da pandemia da Covid-19, o município de Luís Eduardo Magalhães -BA agiu rápido no enfrentamento do surto de dengue, desde janeiro de 2021, atingindo, em abril, 0,9% de infestação, no índice do LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti), dentro do aceitável pelo Ministério da Saúde (abaixo de 1%).
No ano de 2015, Luís Eduardo Magalhães registrou uma epidemia de dengue. Naquele ano, o índice de infestação era de 3%, quando foram confirmados 358 dos 2.500 casos analisados. Com a chegada do período sazonal das arboviroses urbanas, no mês de janeiro deste ano, houve um grande aumento de casos de dengue na cidade, simultaneamente com os casos de Covid. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), de janeiro a maio deste ano, foram notificados 3495 casos de dengue, 58 de zika e 420 de chikungunya, enquanto houve 10.718 casos suspeitos e 6.345 confirmados de covid.
Preocupados com a situação, para conter a transmissão das arboviroses em Luís Eduardo, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica, DIVEP, enviou em março de 2021 um ofício, à Sesab, solicitando a aplicação de UBV, serviço de dedetização de mosquitos, conforme o número de casos notificados de dengue. Para isso, alegou que ações, como atividades de bloqueio com máquina costal e campanhas educativas, por meio de rádio e televisão, não tiveram êxito.
A Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães, juntamente com a Secretaria de Saúde do município e o Núcleo de Endemias, contrataram mais 26 agentes de endemia e promoveram diversas ações. Algumas delas foram a passagem de 7 carros de fumacês – ação da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) — abrangendo toda a cidade, e 13 dias em regime de mutirões, através do projeto municipal, Minha Rua Limpa, onde conseguiram visitar mais de 26.000 imóveis. Além disso, até maio, os 47 agentes conseguiram concluir o primeiro ciclo de visitas aos imóveis e a coleta de mais de 1000 pneus, jogados nas ruas.
O primeiro Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) foi realizado entre os dias 12 e 16 de abril de 2021, pelos bairros de Luís Eduardo, resultando em um índice de 0,9, de acordo com a Secretaria Municipal de Vigilância Epidemiológica. O LIRAa é uma atividade que foi desenvolvida pelo Ministério da Saúde em 2002. Ela permite a identificação de áreas com maior proporção, bem como dos criadouros predominantes, indicando o risco de transmissão de dengue, febre chikungunya e zika vírus. A atividade é realizada por meio da visita a um determinado número de imóveis do município, onde ocorre a coleta de larvas, para definir o Índice de Infestação Predial (IIP).
Em uma cidade com cerca de 100.000 habitantes e 62.000 imóveis, Florisval Teles de Carvalho, Supervisor Geral do Núcleo de Endemias de Luís Eduardo Magalhães, se sente grato por terem conseguido ir em todos os imóveis registrados, durante o ciclo 1 de visitas. O supervisor ainda ressalta: “Nós sabemos que o combate ao mosquito da dengue é uma questão de consciência e que cada um tem que fazer a sua parte, ainda mais nesse momento, que estamos enfrentando uma epidemia, dentro de uma terrível pandemia. Não somente a secretaria de saúde e o agente de endemia, o morador também tem que nos ajudar.”
Com base nos dados do último domingo, dia 20 de junho, da Secretaria de Saúde, Luís Eduardo Magalhães possui 44 casos notificados e confirmados, 27 internados e 11.866 recuperados, da Covid-19. O número de óbitos pelo coronavírus, no município, totaliza 108 óbitos, representando uma letalidade de, aproximadamente, 1% —número considerado muito alto pela OMS (Organização Mundial da Saúde). tendo o maior registro de óbitos no mês de maio deste ano, com 27 óbitos. Dentre os óbitos ocorridos, há a prevalência do sexo masculino, com 70%.
Confira na tabela a seguir os diferentes sintomas das arboviroses:
Caroline Giotti – acadêmica de jornalismo