Entenda como as doenças psicossomáticas refletem na saúde da pele

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Foto Shutterstock

As doenças psicossomáticas são condições dermatológicas que podem ser intensificadas ou desencadeadas por fatores emocionais e psicológicos. “A influência da saúde mental na saúde da pele é um campo de estudo crescente e relevante na dermatologia”, afirma a Dra. Mayla Carbone, médica dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). “Questões emocionais podem esconder fontes de problemas dermatológicos como alopecia, dermatite atópica, herpes-zóster, psoríase e vitiligo, porém, existem algumas crenças comuns que acabam espalhando algumas desinformações na hora do tratamento”, aponta.

A alopecia é a perda de cabelo que pode ocorrer em várias formas, como a alopecia areata, onde surgem áreas de calvície em diferentes partes do couro cabeludo. Muitas vezes, é atribuída apenas a fatores genéticos ou hormonais, mas o estresse e a ansiedade podem precipitar ou agravar a condição. “Um mito comum é que a alopecia é sempre genética. A verdade é que embora fatores genéticos contribuam, o estresse emocional é um gatilho importante para a alopecia areata”, explica a dermatologista.

No caso da dermatite atópica, condição crônica que causa coceira e inflamação na pele, muito comum em crianças, a ansiedade e o estresse são conhecidos por piorar os sintomas. “Existe o mito de que a dermatite atópica é apenas uma alergia de pele, quando na verdade, além dos fatores alérgicos, o estado emocional do paciente é determinante durante todo o tratamento da condição”, diz.

O herpes-zóster, também conhecido como cobreiro, é uma reativação do vírus da varicela-zoster que ocasiona uma erupção dolorosa. O estresse enfraquece o sistema imunológico, facilitando o aparecimento da doença. “O mito mais frequente nesse caso é que o herpes-zóster só afeta idosos, justamente pelo sistema imunológico debilitado, sendo que qualquer pessoa que teve catapora pode desenvolver o vírus, especialmente sob estresse intenso”, comenta Mayla.

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Já a psoríase é uma doença autoimune que acelera o ciclo de vida das células da pele, resultando em placas escamosas e vermelhas. O estresse pode desencadear ou agravar os surtos, porém há um equívoco de que essa doença é apenas uma doença de pele. De acordo com Mayla, a psoríase tem uma forte ligação com o estado emocional e mental do paciente e gerenciar o estresse é uma parte importante do tratamento.

E o vitiligo nem sempre é psicossomático. A causa mais comum para o surgimento dessa condição é uma doença autoimune, na qual o sistema imunológico ataca erroneamente os melanócitos. No entanto, o vitiligo também pode ser causado por fatores como histórico familiar, exposição a substâncias químicas e desequilíbrios neuroquímicos no cérebro, que podem influenciar a função dos melanócitos, conforme apontam estudos.

“O maior mito disseminado sobre o vitiligo até hoje é que ele seja causado por infecções ou contágio. Não há risco de contágio no vitiligo. Fatores emocionais e genéticos são os principais desencadeadores”, finaliza a doutora.

Máxima Ascom

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