Nascida na Índia, a meditação tem origem muito antiga. Sua prática tem como objetivo acalmar os pensamentos, ou uma atividade em particular, visando alcançar um estado de clareza mental e emocional.
A meditação remonta às tradições orientais, especialmente à yoga, mas o termo também se refere a práticas adotadas por alguns caminhos espirituais ou religiosos, como o budismo.
Para muitos, ela pode ajudar em vários aspectos de nossas vidas. É o caminho que permite acessar um estado de consciência sobre Ser e Estar que, devido a tantas informações externas, normalmente não conseguimos.
A Fonoaudióloga, terapeuta holística e youtuber Claudia Lopes, explica que a meditação pede quietude e silêncio, o que permite atingirmos um “esvaziamento” da mente e dos pensamentos, tornando possível, assim, termos um olhar de dentro para fora, nos posicionando de outra forma no contexto ao qual estamos inseridos.
“Isso, necessariamente, não será melhor ou pior. Simplesmente mostrará outra perspectiva, e te dará uma nova chance de reconhecer que há uma saída, e que sempre podemos escolher caminhos diferentes do que a mente, e os nossos pensamentos, nos mostram”.
Cada vez mais a ciência comprova os benefícios da meditação, que já existe há muitos anos no receituário da medicina chinesa e indiana. No ocidente também tem sido muito indicada por médicos e psicólogos.
Estudioso e praticante de meditação há 10 anos, o médico mastologista, e cirurgião oncológico, Cesar Augusto Machado, atualmente também instrutor e palestrante sobre o tema, destaca que diversos estudos clínicos randomizados têm demonstrado muitos benefícios da meditação para a saúde.
“Aquela visão, que muitas pessoas ainda têm, de que meditação é chata e entediante, muda completamente quando se começa a praticar e perceber seus benefícios. O ocidente está despertando para isso, e com um crescente interesse no meio acadêmico nos últimos anos”.
Dentre os vários benefícios para a saúde, o médico destaca:
- Melhora a memória, a atenção, as ações cognitivas, o aprendizado, o controle das emoções; a qualidade do sono; a resposta imunológica;
- Reduz a ansiedade, o estresse; o medo; o encurtamento da massa cinzenta cerebral (o que pode reduzir também o envelhecimento cerebral); marcadores e citocinas da inflamação;
- Diminui o encurtamento dos telômeros, ajudando a proteger nosso material genético (telômeros são as extremidades dos cromossomos);
- E alguns tipos de câncer, assim como doenças cardíacas e diabetes, têm em sua origem alterações corporais que a meditação consegue controlar.
Os tipos de meditação
O método mais indicado é o que melhor você se adaptar. Segundo os especialistas, a prática, em si, é simples, mas acalmar os pensamentos não é tão fácil. São muitos os relatos de pessoas que dizem não meditar porque não conseguem parar de pensar, e isso é muito comum.
No meio acadêmico, como base de estudos científicos, a meditação mais usada é a mindfulness, que foi desenvolvida por professores universitários nos Estados Unidos, e tem grande aceitação no meio acadêmico. Mas outros métodos, como a sahaj samadhi e a zen budista, já foram testados com resultados parecidos.
Como meditar?
Os especialistas afirmam que meditar em grupo é sempre mais fácil do que meditar sozinho. Existem diversos cursos regulares de meditação, assim como bastante literatura a respeito, vídeos no YouTube e aplicativos que ensinam a meditar. Mas é sempre bom, e seguro, pesquisar bem e escolher aquele que você possa ter a chance de interagir facilmente com o instrutor.
A postura mais comum para meditar, e a mais confortável para a maioria dos ocidentais, é sentado numa cadeira, com os pés plantados no chão, os joelhos na altura da bacia, e a coluna ereta. A postura de lótus, ou “meio lótus” da yoga, são ótimas alternativas para aqueles que conseguem permanecer com conforto nessa postura.
Dicas para os iniciantes
O estado meditativo inclui o corpo e a mente. Dessa forma, estímulos externos, como a claridade do ambiente, aromas e postura corporal podem ajudar bastante a alcançar o estado de relaxamento desejado com a meditação.
Inicie com meditações guiadas, que ajuda muito no processo de acalmar os pensamentos. “Elas te guiam para outra realidade, usam de uma linguagem que sua mente entende e, desta forma, não cria uma competição com seus pensamentos”, orienta a terapeuta Claudia Lopes.
Ela indica esse passo-a-passo para ativar alguns sentidos:
- Visão: Deixe o ambiente à meia luz, isso promove muito conforto. A sugestão é acender uma vela: a cor amarelada e o movimento da chama tornam o ambiente mais aconchegante.
- Olfato: Se gosta de incenso, use o Ananda, que é de resina natural. Caso contrário, pode aromatizar o ambiente com um óleo essencial. Essência de Lavanda ajuda bastante acalmar.
- Audição: Coloque uma música de fundo, e uma voz que vai te guiando ao relaxamento. A terapeuta gravou algumas meditações guiadas que estão disponíveis no seu canal no YouTube (Virando a Chave).
Outra dica é usar fones de ouvido, dessa forma a música parece conectar melhor. Para selecionar a melhor música, vá experimentando várias até encontrar uma que agrade. Existem muitas opções no YouTube.
- Posição: Algumas pessoas gostam de meditar deitada, mas essa posição não é indicada, pois com o relaxamento é fácil adormecer. O melhor é ficar sentado, o mais confortável possível, assim, os resultados da meditação serão melhores.
- Paladar: Nem todos usam esse recurso, mas pode ser uma boa opção. Tomar um chá um pouco antes de começar a meditar pode funcionar para desacelerar, preparando o corpo para se acalmar e relaxar. Exercícios de respiração também são bem-vindos antes de iniciar a meditação, pois nos colocam em estado de atenção.
FONTE: Revista ABM