A ocorrência cada vez mais frequente de eventos climáticos extremos pode interferir diretamente na qualidade da água dos mananciais utilizados para abastecimento humano. Os desafios impostos pelas mudanças do clima na qualidade da água foi um dos temas da discussão do 44º Encontro da Câmara Técnica de Controle da Qualidade da Água (CTCQ). Este ano, a Embasa foi a anfitriã do evento organizado pela Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe), no Hotel Fiesta (Itaigara). Representantes de 24 companhias estaduais de saneamento participaram do encontro.
Uma das palestras foi conduzida pelo gerente de Controle da Qualidade da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Fábio Henrique Portella, . “Este é um desafio enorme que se apresenta para as companhias de abastecimento atualmente. Com o aquecimento global, a tendência é que tenhamos uma maior concentração de poluentes e matéria orgânica na água dos mananciais, o que demanda investimento crescente em produtos químicos e desenvolvimento de novas metodologias para tratar a água e deixá-la dentro dos padrões de potabilidade”, afirmou.
Segundo ele, as alterações constantes na composição da água dos mananciais demandam um trabalho cada vez mais especializado para manter a eficácia do tratamento. “Hoje, não podemos pensar em ter só um tipo de tratamento, um tipo de produto. É necessário pensar em uma matriz de produtos que serão adequados a cada condição da água, porque uma chuva extrema, por exemplo, já pode trazer outra condição que demanda um outro tipo de tratamento. O processo é cada vez mais dinâmico”, definiu.
Em sua 44ª edição, o Encontro da Câmara Técnica de Controle da Qualidade da Água da Aesbe promoveu o compartilhamento e troca de experiências sobre a qualidade da água distribuída dentro dos parâmetros estabelecidos pela Portaria de Potabilidade do Ministério da Saúde, a Portaria nº 888 de 2021. Para o biólogo Fabrício Tourinho, gerente da Unidade Socioambiental da Embasa e coordenador da CTCQ, o encontro periódico dos técnicos envolvidos no controle da qualidade da água promove o intercâmbio permanente de experiências e o desenvolvimento de inovações e soluções para fazer frente aos desafios do setor.
Além do impacto das mudanças climáticas, o encontro discutiu temas como controle da qualidade de produtos químicos; uso de robótica nos laboratórios de análise e inteligência artificial em estações de tratamento de água; gestão de testes microbiológicos, dentre outros.
