Técnica existe desde os primórdios da humanidade
Uma das primeiras informações que os cientistas buscam quando estão explorando planetas fora da terra é a existência de água ou seus vestígios. Se isto for encontrado é sinal de que tem ou poderá ter vida neste novo mundo. Os primeiros povos formados por homo sapiens mais evoluídos, por experiência ou instinto buscavam sempre ficar próximos de áreas com água. Este conhecimento foi passado para outros povos e, quando o homem começou a produzir seus próprios alimentos, firmava seu grupo próximo de rios ou lagoas.
Os egípcios são o melhor exemplo disto. Sempre estiveram ligados ao Rio Nilo, tanto para consumo quanto para a produção de seus alimentos e mesmo para transporte. Várias regiões da Europa são cortadas por aquedutos construídos pelos exércitos romanos. E a Pérsia pôde ser uma grande civilização, no meio do árido deserto porque descobriu uma forma original de levar água até as principais cidades para que seu povo pudesse consumir e usar para o plantio.
Os séculos se passaram e o conhecimento sobre a forma mais eficiente do uso da água para produzir comida cresceu enormemente. Hoje a chamada agricultura irrigada é uma ciência e se consagrou como uma técnica de assegurar que a irrigação seja eficiente e sustentável, principalmente no que se refere ao uso da água para produzir alimento.
Segundo o pesquisador Marcos Braga em seu artigo A Sustentabilidade da Irrigação no Brasil há, por parte da população, uma percepção errada de que irrigação é um problema e não uma solução e que esta técnica desperdiça muita água na hora de ser usada nas lavouras.
“É difícil mudar conceitos quando eles estão no nível da percepção e não da razão”, afirma o diretor geral da Rivulis Irrigação, Guilherme Souza. E complementa; é curioso que a população da cidade “gasta” água para regar suas plantas, seja em casas ou aptos, ou mesmo lavar carros e calçadas, mas fica brabo quando se usa água para irrigar alimento, acha que está desperdiçando, questiona.
Agrônomo, estudioso desta técnica, com mais de 25 anos de atuação no setor, Souza declara que os principais centros de estudos para eficiência da irrigação estão em Israel, país que sofre com a falta de água e que, por isto, está sempre em busca de técnicas que melhorem a
eficiência no uso deste bem. “A própria Rivulis nasceu em Israel e desenvolveu a microirrigação por acreditar justamente que é um sistema eficiente e moderno de fornecer água para as lavouras”, ressalta.
Ele explica que toda a água usada em irrigação acaba voltando para o meio ambiente, seja pela absorção das plantas, do solo ou pela evaporação. “Não há perdas!”, afirma categoricamente. Souza afirma que além de poupar água a área que está com irrigação produz mais em menor espaço, evitando a necessidade do produtor buscar novas áreas para aumentar sua produção. “Isto por si só já comprova que a técnica traz a sustentabilidade pro campo”, defende o agrônomo.
Números – Segundo o último levantamento feito pela Agência Nacional de Águas, ANA, o Brasil possui mais de 8,2 milhões de hectares irrigados e tem a possibilidade de avançar para mais 4,7 milhões de hectares até 2040. O ritmo do crescimento vai depender muito dos processos de outorga de água que, segundo especialistas, é muito criterioso no Brasil, às vezes, bem mais que EUA e Europa. “Isto acontece porque os recursos naturais são um bem da União e é ela quem regula o seu uso. Por isto é necessário, em um projeto de irrigação, fazer profundos estudos sobre os efeitos do uso daquela água em toda a região onde ele vai ser implantado. Isto demonstra, mais uma vez, como a irrigação é sustentável, porque passa por vários estudos até a sua implantação”, explica o diretor da Rivulis.