Dados do censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, mostrou que a cidade de Luis Eduardo Magalhães (LEM),no oeste da Bahia, cresceu nos últimos 12 anos, 79,5% em número de moradores – um total de 47.804 habitantes a mais ultrapassando a marca de 100 mil habitantes (107.909).
A região é considerada uma forte fronteira agrícola, onde se destacam produções de culturas de soja, algodão e milho, além de ter uma forte demanda da agricultura familiar, alguns dos pilares do agronegócio.
Ao contrário do Oeste, Salvador, capital do estado, perdeu mais de 257 mil habitantes nesse período. Caiu de 2.675.656 habitantes, em 2010, para 2.418.005, em 2022, uma queda de 9,6%. Redução é a maior de todo o país em números absolutos, de acordo com os dados do IBGE de 2022.
Rene Cesar Sangaletti, representante técnico de vendas da Vittia, e a irmã Juliane Sangaletti, trabalham numa empresa de biotecnologia e nutrição para plantas.
Eles chegaram à cidade há mais de 10 anos e agora se preparam para começarem a trabalhar em um novo centro de distribuição, construído para atender a demanda de mais de 400 clientes: “Sou natural do Rio Grande do Sul e vim em busca de novos desafios no agronegócio. As empresas trazem novos profissionais para desenvolver a região, novas tecnologias e a gente vem crescendo”, conta.
“Ele veio primeiro, né? E aí, viu as oportunidades, viu o crescimento da cidade e falou, vamos pra lá, que lá é o nosso lugar. Não tenho interesse de volta”, afirma a analista administrativo.
O também representante técnico de vendas, Gessé Oliveira Andrade, não é natural de outro estado, mas morava em um pequeno município da Chapada Diamantina e também se mudou para LEM. Para ele, a concentração do comércio agrícola na região, faz com que as pessoas precisem ir para a cidade.
Maior exportador do estado
De acordo com o IBGE, Luis Eduardo Magalhães é o maior município exportador da Bahia, com mais de 16% de participação na balança comercial do estado.
Para o prefeito, Junior Marabá, a representatividade é grande, uma vez, que as negociações do Matopiba são concentradas na cidade e que o crescimento é devido às ofertas de emprego, impulsionadas pelo agronegócio. A industrialização, segundo ele, deve ser o foco do município nos próximos anos: “Imagina que agora nós com essa grande produção sendo industrializada, esse crescimento populacional pode ser ainda muito maior” – Junior Marabá, prefeito de LEM.
Capital do oeste
Ainda de acordo com o censo IBGE de 2022, também chamada de “Capital do Oeste”, distante 90 km de LEM, Barreiras chegou a quase 160 mil habitantes (159.743), o que representa um aumento de 16,24% em comparação com o censo de 2010. Roberto de Carvalho, secretário de indústrias, comércio e serviços do município acredita que esse número pode ser maior:
“Nós acreditamos que nós temos uma população bem maior em Barreiras dada a importância econômica, a nossa pujança que nós temos aqui, em todos os setores econômicos. Mas são dados do IBGE. Barreiras ocupa a terceira posição de grãos da Bahia”, afirma.
No entanto, alguns fatores como a déficit energético, e questões de infraestrutura urbana como a readequação e modernização do aeroporto da cidade, segundo o secretário, atrasam o desenvolvimento da cidade.
De acordo com Carvalho, o município tem capacidade para mais de 100 empresas no distrito industrial e que a logística na região é difícil. “A logística nossa é muito difícil. Você quer às vezes fazer uma conferência, um curso, não consegue fazer a logística correta. A nossa dificuldade de voos é grande, mas eu acredito, nós temos mais 17 anos nessa luta. Lutando pelo aeroporto de Barreiras, espero que o governador Jerônimo Rodrigues, agora, tenha se sensibilizado” – Roberto de Carvalho, secretário de indústria, comércio e serviços de Barreiras.
