O agro da horticultura é maior que imaginamos

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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) aponta que a olericultura no Brasil tem uma grande importância econômica. A atividade movimenta cerca de R$ 25 bilhões por ano e é base de arrecadação de inúmeros municípios brasileiros, gerando por volta de 7 milhões de empregos diretos e indiretos com uma estimativa de produção em 2021 pelas 10 culturas levantadas pelo IBGE de 30,5 milhões de toneladas, das quais de 3% a 5% são exportadas. A área nacional ocupada  é de 1,6 milhão de hectares.

Os números olhados assim, “friamente” já causam um grande impacto. Um “exército” de pessoas atuam neste segmento e grande parte dos produtores são agricultores familiares. O índice de médios e grandes é pequeno. E isto foi possível conferir durante a realização da 27ª Hortitec, feira que aconteceu em Holambra, SP, nos dias 22 a 24 de junho. Um rápido passeio entre os corredores e é possível ficar admirado com a variedade de empresas que estão ligadas a este setor. O número de expositores passam de 400 e vão desde grandes multinacionais, oferecendo suas tecnologias para combate de pragas até pequenas empresas que atendem nichos dentro da horticultura.

Quando os ônibus e vans ocupam seus lugares no estacionamento é possível verificar que suas placas são das mais diversas cidades e estados. Literalmente, dos quatro cantos do Brasil. Talvez não seja exagero dizer que o universo deste agronegócio é tão grande quanto o de máquinas agrícolas. A cadeia produtiva é extensa tanto no antes como no dentro e fora da porteira. Tudo isto para gerar ganhos ao produtor e que ele possa produzir um alimento de altíssima qualidade e rico em nutrientes para o consumidor final.

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Um exemplo muito interessante, com o qual tive contato na feira é do produtor Thomas Costa, de uma cidade litorânea do Ceará. Com apenas 8 hectares, tem uma renda altíssima, produzindo cactus sem espinho e exportando para os Estados Unidos. Assim como ele, há muitos outros que se diferenciam neste mercado, criando nichos e conseguindo abrir portas para o mercado externo.

E o que mais me chama a atenção é que nós, jornalistas do agronegócio, não prestamos atenção a esta fábrica de produção de renda. Ficamos “viciados” em acompanhar somente o setor de commodities, como soja, milho, trigo, entre outros. No entanto, há muitos outros negócios dentro do agro que movimentam milhões de dólares e não ganham o destaque que merecem, nas páginas de jornais e/ou revistas ou de programas e reportagens de TV. Penso que precisamos fazer uma auto-crítica e ampliar a nossa visão, pois há muitos setores geradores de riquezas sobre os quais pouco falamos. E seria bom corrigir isto logo.

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