Durante todo o ano de 2020 se ouviu muito que o Agro não parou por conta da pandemia. Que foi um dos poucos setores que continuou produzindo porque afinal, a natureza não para e era preciso plantar, colher e produzir alimento para a população. Chegou a ser um mantra de positividade e também de orgulho, mostrar que o setor continuava contribuindo, mesmo diante de um cenário tão perverso como a que afetou tantos outros setores.
Por todos os cantos se ouviu que as fazendas tomaram todas as precauções, evitando receber pessoas estranhas ao convívio diário delas, para não disseminar o vírus entre proprietários e funcionários. E tiveram que se adaptar a uma nova realidade virtual, para fazerem as compras de insumos necessários para a produção e também, para reuniões técnicas, participação de simpósios, congressos, etc.
Entretanto, ao que parece, não foi possível evitar que a doença atingisse o homem do campo. Em uma rápida pesquisa entre conhecidos, ouvi vários relatos, de diferentes regiões, que produtores (as) e familiares contrariam Covid. Provavelmente isto ocorreu quando precisaram ir até a cidade para alguma tarefa. Como não há levantamento de dados sobre a profissão de cada infectado, não é possível dar a dimensão exata do que aconteceu em termos de alastramento da Covid no campo. Mas o risco desta doença ter atingido seriamente os produtores, é bastante significativo, principalmente porque esta “campanha” de que o campo não parou, levou a uma sensação de que lá, nada acontece de ruim. E, na verdade, não foi só o agro que não parou, porque vários outros setores continuaram suas atividades.
Mas agora, entramos no iniciozinho de uma nova fase que é a perspectiva de começar a vacinação no Brasil. Para imunizar toda a população vai levar ainda este ano de 2021. E, por isto, ainda vamos precisar continuar com todos os cuidados que estamos tendo. E o que chama a atenção, nos grupos de WhatsApp de produtores rurais, infelizmente, é que ainda existe a discussão sobre o vírus ter sido criado pelo país X ou Y e que por isto estão na dúvida em confiar na vacina, em se vacinar. Impressiona a falta de informação ou a confiança na informação errada.
Com isto, só resta perguntar se importa de onde veio a praga X ou Y que ataca a lavoura e traz grande perda. Ou alguma outra doença que faz o gado perder peso ou diminuir a produção de leite. Importa é acabar com ela para não ter prejuízo, não lhes parece? Portanto, não importa de onde veio o vírus ou a vacina, importa é combater a doença e evitar se contaminar, correndo o risco de morte ou sequelas graves. Não é hora de discutir se o gato tem ou não bigode, é hora de se conscientizar que a vacina é a única solução, portanto, Vacine-se.
Um vídeo para curtir: