O mês de março é marcado por diversos eventos com temática feminina em razão do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 08 de março. Nos últimos anos uma campanha realizada nas redes sociais vem sendo cada vez mais reproduzida “# não queremos flores, queremos direitos”. A busca das mulheres pela efetivação dos seus direitos transcende gerações, e muito embora seja inegável os avanços alcançados, ainda há muito o que se conquistar!
Quando nos deparamos com a necessidade de se combater a propagação da violência contra a mulher dentro da sua própria casa, vemos o quanto a luta das mulheres pela igualdade não está nem perto de ter um fim.
A Legislação especial de proteção da mulher contra a violência doméstica, conhecida como Lei Maria da Penha foi pública em agosto de 2006, e mesmo passados mais de quinze anos ainda não conseguimos sequer estabilizar a quantidade das ocorrências de violência contra a mulher, cresce a cada ano.
Segundo a pesquisa de opinião “Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher — 2021”, realizada pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, a maioria das mulheres brasileiras (86%) percebe um aumento na violência cometida contra pessoas do sexo feminino durante o último ano.
A pesquisa é realizada a cada dois anos, desde 2005. A edição de 2021 revela um crescimento de 4% na percepção das mulheres sobre a violência em relação à edição anterior. O estudo ouviu 3 mil pessoas entre 14 outubro e 5 de novembro.
Para 71% das entrevistadas, o Brasil é um país muito machista. Segundo a pesquisa, 68% das brasileiras conhecem uma ou mais mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar, enquanto 27% declaram já ter sofrido algum tipo de agressão por um homem.
De acordo com a pesquisa, 18% das mulheres agredidas por homens convivem com o agressor. Para 75% das entrevistadas, o medo leva a mulher a não denunciar. O estudo demonstra, no entanto, que 100% das vítimas agredidas por namorados e 79% das agredidas por maridos terminaram a relação.
É assustador o fato da violência contra a mulher ainda ser CRESCENTE em nossa sociedade mesmo com tanta informação, com tantas campanhas e com tantos anos de combate. Se não conseguimos acabar com o comportamento agressivo contra as mulheres, já era para termos ao menos estabilizado tais dados, e não os ver crescer anualmente.
A violência contra mulher precisa ser combatida de uma forma mais efetiva! Não bastam as publicações de leis de proteção, quando se trata de um problema comportamental o envolvimento de toda a sociedade é fundamental para o êxito da mudança.
A pauta da violência doméstica tem que estar presente nas reuniões de bairro, nos conselhos municipais, nas câmaras estaduais, no senado, mas também nas escolas dos filhos, na mesa do jantar, na criação de homens e mulheres, nas conversas de buteco, na roda de amigos e amigas.
Precisamos ensinar nossas meninas a não aceitar comportamentos violentos no relacionamento. Mas também precisamos ensinar nossos meninos a não ser agressivos, pois muitas vezes nem é dado a essas vítimas a opção de aceitar ou não o comportamento do seu agressor. Quantas mulheres são mortas por ex-companheiros…
Acredito que o combate à violência contra mulher parte de uma conscientização tanto dos homens quanto das mulheres. O aumento dos casos de violência doméstica é mais uma das tantas consequências de uma sociedade despreparada emocionalmente e culturalmente. Pregar o respeito acima de tudo é o início para conseguirmos erradicar os casos de violência e criar melhores profissionais, melhores cidadãos e melhores companheiros.
Ao encontrar uma mulher agredida o melhor a se fazer é não julgar a situação, apenas apoie essa mulher, incentive-a a sair dessa situação de violência, deixe-a se sentir acolhida. Ser um combatente da violência doméstica é a melhor homenagem que pode ser prestada para todas as mulheres!
