Este texto busca apresentar de uma forma sucinta o papel da psicologia e da psicoterapia com a população LGBTQIA+, sigla que busca simplificar um movimento social que defende a diversidade e direitos para as pessoas lésbicas, gays, bissexuais (ou seja pessoas não heterossexuais), trans ou transexuais (pessoas que foram designadas com um sexo ao nascerem e se identificam com outro), queer (são aquelas pessoas que transitam entre as noções de gênero como as drag queens) intersexo ( estão entre o feminino e masculino em questões biológicas e desenvolvimento corporal) e assexual (pessoas que não sentem atração sexual e não vê essas relações como prioridade) o + é utilizado para incluir outros grupos e variações de sexualidade e gênero.
A ciência psicológica vem produzindo um grande estudo sobre os efeitos do estresse que pessoas LGBTQIA+ são submetidas diariamente por viverem em contextos sociais muito padronizados, hostis e violentos. Um dos maiores pilares para a produção desse tipo de estudos é a compreensão do fenômeno do preconceito, o mesmo é uma inclinação para agir, pensar e sentir a respeito de determinados grupos e indivíduos muitas vezes diferente do seu convívio ou conhecimento.
Mas os impactos não são apenas simbólicos, subjetivos; são materiais, concretos e assustadores. Esses grupos sentem na pele as ferida e cicatrizes, do ódio, da incompreensão, da apatia. Há pesquisas que apontam que a expectativa de vida de pessoas LGBTQIa+ é reduzida em ambientes explicitamente contrários à diversidade sexual e de gênero, colocando essa população em risco para mortes por suicídio, homicídio e doenças cardiovasculares.
Diante desse cenário, o papel de profissionais da psicologia é proporcionar acolhimento de qualidade para esse grupo da população, tendo um entendimento adequado acerca da forma como a experiência de exposição à violência, preconceito e rejeição pode impactar a saúde mental e trazer uma série de prejuízos ao longo da vida dessas pessoas e família. Buscando auxiliar, as ferramentas de psicoeducação são fundamentais para garantir acesso e divulgação de informação de qualidade e combater distorções, estereótipos e inverdades que circulam, afinal estamos falando de seres humanos que merecem respeito.
É um dever ético ao atender essa demanda não ter indiferença e buscar sempre uma postura empática. A diferença está colocada na humanidade enquanto um fenômeno complexo e padrões familiares e sociais. A vida é muito mais além ela é diversa, múltipla e abundante. A diferença e a diversidade humana, mais especificamente a diversidade sexual e de gênero, precisa ser reconhecida, afirmada e validada, para evitar estigma na vida de muitos indivíduos. Aquilo que diverge do que somos não deve nos ameaçar, reduzir ou anular, mas engrandecer, qualificar e ampliar nossa existência.