É comum ouvir na imprensa que uma pessoa caiu no referido golpe. Na esmagadora maioria das vezes ele se dá dessa forma: uma pessoa vestida com simplicidade, acanhado, aborda outra pessoa e pede informações. Vendo que a pessoa abordada recepcionou a conversa, prolonga ao máximo o momento até que, revela em baixo tom que é portador de um bilhete premiado, porém como tinha pouca cultura, teria dificuldade para retirar o valor do prêmio. É nesse momento que entra outra pessoa que diz ter ouvido o final da conversa ingressa como participante e, interessada no bilhete confirma o prêmio e diz a incauta vítima que se ela oferecer uma determinada quantia, ganhará a confiança do dono do bilhete e dele se apossará, podendo recebê-lo posteriormente em valor integral. A vítima entrega o dinheiro e logo percebe que caiu em uma trama ardilosa.
Esses “atores”, como num passe de mágica, reduzem o poder da compreensão da vítima, magnetizando e convencendo a entregar seus valores, acreditando piamente que irá receber muito mais dinheiro que pagou.
Praticam, portanto, atos com relevantes conotações jurídicas, contribuindo ambos para o sucesso da empreitada criminosa, na mais perfeita coautoria.
Dizia a história grega que Sócrates desenvolveu uma técnica que, por truques mágicos de lógica, deixava seu interlocutor tão inseguro que aceitava qualquer explicação que lhe fosse oferecida.
O poder da persuasão é tão perigoso quanto o de uma arma, NÃO CAIA NESSA!