A análise foliar é uma técnica bastante eficiente para identificar deficiências e toxidez de nutrientes em plantas. Muitos problemas já foram descobertos e documentados por meio da análise foliar, como a identificação de deficiência de boro em videira, mamoeiro, algodoeiro, a toxidez de boro e manganês, em cafeeiro, e de ferro, em soja. Muitas vezes, as folhas não apresentam sintomas visíveis, entretanto, os problemas podem ser identificados por meio da diagnose.
Dessa forma, a análise foliar auxilia o produtor na remediação da safra por meio da calagem e adubação, para suprir as necessidades da produção e evitar possíveis perdas.
Contudo, para realizar a análise da forma mais correta, é necessário estar atento a alguns pontos chave, para que os resultados reflitam diretamente na realidade da safra.
Nesse artigo, abordaremos os seguintes pontos de atenção na coleta de folhas para a análise:
- Coleta das folhas conforme indicado na amostragem
- Divisão da propriedade em talhões
- Folhas danificadas por insetos
- Folhas que recebem adubo e defensivos agrícolas
- Agilidade ao entregar a amostra para o laboratórioCom essas dicas, o técnico responsável poderá tirar o melhor proveito das amostras.
Acompanhe a leitura!
Coleta de folhas conforme indicado na amostragem
O primeiro passo para a análise é a coleta. Dessa forma, todo cuidado é necessário, para que as fases seguintes não sejam prejudicadas. Assim, o técnico responsável deve coletar folhas em quantidades suficientes, segundo as técnicas indicadas de acordo com as especificidades da cultura.
A amostragem é a etapa mais sujeita a erros. Sendo assim, alguns cuidados devem ser tomados na realização da coleta das folhas, antes de enviar ao laboratório.
As folhas devem ser coletadas de acordo com as indicações de amostragem da cultura. Cada tipo apresenta métodos diferentes, que requer atenção. Assim, época e a idade da planta, a posição da folha na haste, o número de amostras por planta e por gleba se diferenciam em cada cultivo.
As diferenças no número de amostras por planta, por exemplo, são bem expressivas. Na abobora, são necessárias somente 15 folhas, já na videira, o recomendado para a análise são 100.
Para a amostragem, a época também interfere no resultado. Assim, podemos comparar a coleta do algodão, que deve ser feita no florescimento, enquanto no abacaxi é um pouco antes da indução floral.
Para higienização, o método segue o mesmo para todas as culturas. Então, quando sujar de terra, a amostra deve ser lavada no local mais próximo da coleta e colocado em saco de papel ou de pano para secagem mais rápida, a fim de evitar o desenvolvimento de agentes patogênicos e/ou saprófitos.
Divisão da propriedade em talhões
Para a coleta de amostras de folhas, é recomendado que divida a propriedade em talhões, considerando a uniformidade de cada talhão. Vale ressaltar que essa uniformidade se refere a idade, variedade, tipo de solo, adubação e demais tratos culturais. Assim o produtor terá uma melhor visualização geográfica dos resultados. Dessa forma, é possível realizar a reparação de acordo com as necessidades da área afetada, visto que é possível ter diferentes deficiências no perímetro total da produção.
Folhas danificadas por insetos
As folhas estão constantemente expostas a danificações, como a atividade de insetos. Por isso, atente-se a não coletar folhas com manchas ou aspectos anormais. Essas características podem causar alterações no resultado. Todavia, se a possível causa dessa anormalidade for de origem nutricional, deve-se coletar separadamente folhas de área consideradas normais e anormais, e anotar essa informação no saco de papel.
Folhas que receberam adubo foliar ou defensivos
Além da exposição aos insetos, as folhas podem receber adubo foliar ou defensivos.
Assim, mesmo que esses produtos não sejam aplicados diretamente nas folhas, a ação das chuvas, por exemplo, pode retirar os componentes químicos como herbicidas, fungicidas e inseticidas, do solo, e levar para as folhas.
Por exemplo, as folhas do tabaco apresentam características pegajosas. Dessa forma, é fácil que componentes de inseticidas organofosforados se prendam nas estruturas da folha.
Diante disso, o coletor deve informar a data de aplicação, o tipo de produto e a dosagem, ou qualquer outra informação que julgar necessário. Essas observações serão parâmetros para evitar desvios de interpretação e melhorar o nível de entendimento dos resultados.
A coleta de folhas propicia agilidade ao entregar a amostra para o laboratório
Após coletar as folhas, de acordo com os procedimentos citados anteriormente, elas devem ser acondicionadas em sacos de papel ou de pano, etiquetadas e enviadas, de preferência ainda frescas para o laboratório.
Se não for possível o envio imediato para o laboratório, deixe as folhas secarem, acondicionadas em cima de jornal seco, limpo e em local coberto.
O laboratório de análise deve ser de sua confiança, com credibilidade, para que os resultados sejam verdadeiros, e reflitam a realidade da safra.
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