Pra dançar, aprender sobre história e matar a saudade do carnaval da Bahia.

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Aaaah, se você é um leitor que está respeitando a quarentena assim como eu, COM CERTEZA está morrendo de saudade de uma aglomeração né?!

Um barzinho, um churrasco, uma festa, um show e o carnaval?! Aaaah, o Carnaval de Salvador, quem já foi sabe exatamente do que eu estou falando. E quem não foi, pode admitir que tem uma vontadinha guardada aí dentro.

O Carnaval de Salvador pra mim é o melhor carnaval deste País. Além de atrair milhões de turistas o ano inteiro, ele é responsável por movimentar a economia e o turismo da cidade. Muitas pessoas fazem a sua renda anual nessa época do ano desde os vendedores de rua aos foliões.

Os artistas, as músicas, a energia de atravessar a avenida atrás de um trio elétrico ouvindo Axé. O AXÉ, estilo musical tão caracteristicamente baiano, que seria pleonasmo colocá-lo na mesma frase que Bahia. Mas você sabe qual a origem do Axé? E do Carnaval?  Acompanha essa matéria comigo que você vai se surpreender.

A NETFLIX lançou nessa última semana o documentário “AXÉ- Canto do Povo de um lugar. “, dirigido por Chico Kértesz com 1h50 de duração, o filme passa pela trajetória do Axé e consequentemente do carnaval não só na Bahia, mas em todo o país. O filme reconstrói a história do gênero musical baiano que fora desenvolvido e criado em Salvador e conta com relatos de grandes nomes da música como: Ivete Sangalo, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Daniela Mercury, Luis Caldas, Tatau, Marcio Vitor, Geronimo, Saulo, Carlinhos Brow, Margareth Menezes etc.

Sem spoilers, claro, eu quero pontuar três coisas que me chamaram muita atenção nesse filme:

A primeira é sobre a música, como foi a trajetória de cada artista; a forma como o Axé nasceu e ele foi se desenvolvendo ao longo dos anos caracterizando alguns artistas específicos com toda a fusão entre os instrumentos elétricos às percussões que resultam na história da música.

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Segunda coisa é o preconceito com o axé, você pode gostar ou não, mas ele é uma realidade da música popular brasileira e faz parte da cultura de um país tão diverso como o Brasil. O nome “axé” surgiu de uma forma pejorativa, uma vez que boa parte do conteúdo das músicas são motivos de grande controvérsias. Os artistas do gênero sofreram e ainda sofrem preconceito por isso. Dá pra acreditar?!

E terceiro, é sobre a história, a nossa história, isso talvez seja o que mais me fez pesquisar e me conectar com a negritude presente na ancestralidade do axé, da bahia e da África. O mestre Neguinho do Samba junto com o Olodum representou a nossa cultura e o nosso país ao lado de ninguém menos que Michael Jackson e Paul Simon. As punições sofridas pela população preta durante o período da ditadura e a importância da representatividade dos blocos Ilê Aiyê, Filhos de Gandi entre outros representam a força de um povo que veio sofrendo desde que foram escravizados e que encontravam nas manifestações culturais da dança, da arte, do carnaval e do Axé uma forma de respiro, conexão e amor em contraponto a uma sociedade doentia e racista. Esse filme também é sobre isso!

Assistam, porque além de música você vai se orgulhar e aprender muito sobre história.

Beijos e até semana que vem!

Camila Nunes

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