A qualidade da fibra e o beneficiamento do algodão baiano foram temas de um Seminário realizado pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) na última quarta-feira (8) em Luís Eduardo Magalhães. Agricultores, gerentes e técnicos de fazenda debateram as principais técnicas para serem adotadas nos processos de plantio, manejo de pragas, colheita e beneficiamento do algodão, visando garantir a melhor qualidade da fibra para o mercado consumidor. Segundo maior produtor de algodão do Brasil, a Bahia destina cerca de 40% da fibra de algodão para o mercado internacional, como Indonésia, Bangladesh, Vietnã e China, e o restante distribuído para a indústria têxtil nacional.
Ao abrir a programação de palestras, a diretora da Abapa e cotonicultura Alessandra Zanotto reforçou a importância de tentar montar um “check list” do que deve ser feito em todos os momentos da produção para garantir a qualidade do algodão. “Esta é uma excelente iniciativa da Abapa que está preocupada em levar aos seus produtores associados as técnicas para produzir um algodão uniforme fazendo o dever de casa em cada etapa, enfatizando ainda mais o potencial do algodão baiano para o Brasil e para o Mundo”, afirma.
Ao longo do dia, foram ministradas seis palestras que reforçaram temas como “Cuidados da lavoura e manejo e controle de pragas que influenciam na qualidade da pluma”, “Prevenção de contaminação por plástico na colheita do algodão” e “Importância do beneficiamento para manutenção da qualidade da fibra”. Ao trabalhar desde 2011 na atividade de classificação visual, o auxiliar de classificação de uma algodoeira da região, Edvan Macedo, acredita que “os assuntos discutidos no seminário foram importantes para trazer um panorama geral dos gargalos em campo para melhorar a qualidade da fibra que é comercializada”, afirma.
Para o coordenador de tecnologia da Fazenda São Francisco, Leonardo Caldeira, a temática deste evento é fundamental para avançar ainda mais na qualidade para que o algodão da região possa atingir os exigentes mercados internacionais. “Eles tocaram em assuntos que lidamos diretamente na produção, como a contaminação por plástico, e a sujeira que pode impregnar a fibra durante a colheita, sendo importante para tentar aperfeiçoar futuramente os nossos processos”, afirma. Cerca de 120 pessoas lotaram o auditório da Fundação Bahia, que também participou de palestras sobre o “Fluxo comercial, gestão de contratos e logística para comercialização do algodão” e a “Avaliação das Origens de Fibra Curta e Impactos na Fabricação de Fios de Algodão”.
O presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, explica que ficou bastante evidente quando esteve presentes em visitas e reuniões ao mercado consumidor asiático que o resultado final e a qualidade do algodão é o diferencial e pode garantir maior rentabilidade e lucro para o cotonicultor. “Durante estas visitas para a prospecção de novos mercados, em outubro passado, a grande demanda era pelo algodão de fio longo e pela transparência e veracidade dos resultados do algodão que é comercializado. A associação por meio do laboratório de análise de algodão e de ações como esse seminário vem contribuindo para fomentar ainda mais a qualidade do algodão baiano que já vem sendo reconhecido pelo mercado”, afirma. O Seminário contou com o apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e Fundeagro. Abapa