
A Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) desenvolveu um projeto de emissão de CO2 nos diferentes sistemas de manejo de grãos e fibra no Oeste da Bahia. O objetivo é utilizar o solo do Cerrado nativo e promover a manutenção e melhoria na qualidade da Matéria Orgânica do Solo (MOS), com adoção de práticas de manejo sustentáveis para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
Além disso, a iniciativa visa proporcionar economia e sustentabilidade com a fixação do carbono do solo, aumentando a produção, rentabilidade e a possibilidade de inserção dos pequenos e grandes produtores em políticas de linhas de crédito de Carbono, como Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC).
A ação foi reforçada com resultados parciais do projeto que mede a emissão de CO2 em diferentes sistemas de cultivo de grãos e fibras no Oeste da Bahia, conduzido pela Aiba, pesquisadores e parceria da Universidade Estadual da Bahia (Uneb). Um dos objetivos do trabalho é mostrar que a escolha do sistema de manejo reflete diretamente nos parâmetros sustentáveis, que evidencia a importância da difusão das boas práticas agronômicas executadas no Oeste.
Presente na agricultura e no processo de fotossíntese das plantas, o Carbono encontrado nas folhas da soja, do milho e nas frutas é essencial para os seres vivos e está relacionado a um dos responsáveis por alterações climáticas, como a contribuição para elevar as temperaturas, fator apontado por alguns estudos sobre o aumento dos Gases de Efeito Estufa (GEE), como o de dióxido de carbono (CO²).
Para contribuir com a redução das mudanças climáticas, muitos agricultores têm adotado práticas agrícolas mais sustentáveis, como plantio direto, agrofloresta e a gestão eficiente de resíduos para diminuir as emissões, capturá-lo da atmosfera e armazená-lo no solo. Cresce também o interesse em programas de crédito, em que os agricultores podem ser recompensados financeiramente pela prática de sequestro de carbono.
As microrregiões produtoras de Coaceral, Anel da Soja/Linha do Ouro e Panambi são as áreas de abrangência da pesquisa, para mensurar o balanço de Carbono em diferentes pontos do Oeste baiano. O produtor rural Eduardo Manjabosco realizou a experiência do projeto de sequestro de carbono em sua propriedade. “Uma agricultura feita com plantio direto e uso de bastante palhada, em vez de estar liberando gás carbônico na agricultura, estará sequestrando carbono e causando um efeito benéfico no ambiente, além de produzir alimentos. Por isso concordamos com esse estudo do sequestro de carbono na nossa propriedade. Os primeiros resultados já mostram que a nossa agricultura sequestra muito mais carbono do que o nosso Cerrado natural do Oeste da Bahia. Essa informação precisa sair do meio rural e ser expandida, pois só assim conseguiremos modificar essa visão”, acrescentou.