Saúde mental da mulher: por que devemos falar sobre isso?

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Foto ziviti.com.br

 

Um assunto tem se tornado cada vez mais importante: a saúde mental da mulher. A depressão na mulher é mais comum do que no homem, em virtude de questões orgânicas e hormonais, principalmente no pós-parto e na menopausa. Entretanto, a discussão que trazemos aqui vai além da perspectiva biológica: o atual estilo de vida, de multitarefas, tem exposto a mulher a uma sobrecarga incompatível e a maiores riscos de sofrimento psicológico.

De acordo com a Mental Health Foundation, um estudo realizado em 2016 no Reino Unido evidenciou que uma em cada cinco mulheres, entre 16 e 25 anos, apresenta sofrimento psicológico. No Brasil, uma pesquisa realizada entre maio e junho de 2020 – conduzida no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP – mostrou que, durante a pandemia, as mulheres foram as mais afetadas, respondendo por 40,5% de sintomas de depressão, 34,9% de ansiedade e 37,3% de estresse. Uma pesquisa Women in the Workplace 2021, feita pela consultoria McKinsey & Company e pela organização LeanIn no ano passado, apontou que 42% das mulheres do planeta convivem com sintomas da síndrome de Burnout (causado pelo estresse no trabalho). Números alarmantes, que mostram a urgência de se olhar com mais atenção para a saúde mental da mulher.

A sobrecarga feminina é evidente, entretanto, muitas vezes (ou na maioria delas) ignorada. O “rótulo” imposto pela sociedade de que mulher “dá conta de tudo” (de ser mãe, dona de casa, profissional, esposa, amiga, filha, irmã…) tem tornado a sobrecarga feminina algo natural, mas isso não é uma verdade. Além disso, a saúde mental da mulher demanda um olhar ampliado para outras questões físicas, psicológicas e sociais relacionadas ao gênero, como as violências domésticas, desvantagem socioeconômica e em relação a oportunidades no mercado de trabalho, status social baixo ou subordinado, padrões irreais de estética e outros. O cenário é ainda mais desafiador para mulheres negras, homossexuais e que vivem nas periferias.

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Estamos caminhando para uma sociedade feminina (global) adoecida mentalmente. É preciso olhar para esse cenário de outra forma, reconhecer e encarar que a saúde mental da mulher está sob risco de um colapso. É preciso ampliar o debate e normalizar a conversa sobre o tema. É preciso que todos os profissionais de saúde se envolvam com a causa e saibam identificar quando uma mulher está sob o risco de um transtorno psíquico para o devido acompanhamento. É preciso criar políticas públicas e privadas que foquem no bem-estar geral da mulher. Se faz urgente uma conscientização coletiva da sociedade e individual sobre a importância da atuação preventiva em prol da saúde da mulher.

Fonte: Efetiva Saúde

 

 

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