Com a chegada da pandemia, a necessidade do isolamento social, se fez necessário. E mergulhar no mundo digital também. Toda a rotina teve que ser adaptada para a versão online: trabalho, reuniões, compras…Os aplicativos de relacionamento, que já eram uma febre pré-pandêmica, cresceram ainda mais. Os “matches virtuais” nunca fizeram tanto sentido.
Um levantamento feito pelo Tinder mostrou um aumento de 42% nos matches em fevereiro de 2021, em comparação ao mesmo período do ano passado. Além disso, 19% mais mensagens foram enviadas.
A falta de contato “real” trazida pelos aplicativos pode ser prejudicial a medida que acaba muitas vezes superficializando as relações.
Carência agrava o problema
Ano passado certamente, pelo menos em algum momento, todo mundo se sentiu sozinho. A falta de interação “ao vivo” trouxe um sentimento de solidão. O próprio estudo do Tinder comprova: 60% dos novos usuários recorrem ao aplicativo porque se sentem solitários e desejam conhecer novas pessoas.
Quando se fala em carência, refere-se a necessidade de afeto e cuidado. Elementar para qualquer ser humano mas que alguns tiveram e outros não. Quem foi privado disso ao longo da vida, tem dificuldade de lidar com esse vazio e acaba buscando qualquer coisa para preenchê-lo.
Os padrões de beleza e felicidade encontrados na internet são outros pontos que merecem destaque. Quando as pessoas não se encaixam dentro dos moldes, isso também pode prejudicar a saúde mental, principalmente quando a pessoa está mais vulnerável.
E como perceber se os aplicativos de relacionamento estão prejudicando nossa saúde mental?
É preciso ficar atento aos sinais. Quando ficar acessando a plataforma é mais interessante que outras coisas ou quando se transita entre o passado e o futuro são alguns indicativos. Quando as pessoas vivem muito no passado, ficam deprimidas e quando pensam muito no futuro, ficam ansiosas.
Obviamente é possível fazer bom uso dos aplicativos. Muitos casais se formam e têm relações duradouras a partir deles. Mas temos que saber sempre que não substituem o contato físico. Seu uso deve ser de forma moderada, em um pequeno momento do dia, assim como ler um livro ou assistir a uma série.
Fonte Correio do Povo