Apesar da pandemia do novo coronavírus, os campos brasileiros deram resposta positiva, sendo o único setor superavitário na economia do País. Enquanto outros segmentos, a exemplo da indústria e do comércio, registraram queda no crescimento, o agronegócio apontou leve alta, contribuindo para minimizar os impactos no cenário econômico do País.
Com uma safra recorde, de 253,7 milhões de toneladas, colhidas por produtores de grãos e 2,93 milhões de toneladas de pluma de algodão, o que representa 5,4% a mais do que na safra passada, o segmento mostrou a sua força também da porteira pra fora das fazendas, mantendo os postos de trabalho também na zona urbana.
A Bahia contribuiu com os números nacionais. Só na região oeste do Estado, a produção agrícola superou em 6% a safra de 2018/19. “Tivemos números expressivos, de mais de 9 milhões de toneladas. A soja, o milho e o algodão alcançaram os mesmos patamares, ou até maiores que a média a nacional“, disse Luiz Stahlke, assessor de agronegócio da Aiba. O profissional informou, ainda, que a performance firme do agronegócio na região é fruto da tecnificação, do grau de qualificação dos produtores e trabalhadores e da ausência de anormalidades graves dos fatores climáticos.
Em todo País, a agropecuária foi o setor da economia que teve o melhor desempenho, com alta de 0,4% e forte influência no indicador da exportação, que cresceu 1,8%.
Segmentos como indústria e comércio foram na contramão do agronegócio, apresentando significativa redução de crescimento, com -12 e -9,7%, respectivamente. O consumo das famílias caiu 12,5%, mesmo com a concessão do auxílio emergencial liberado pelo governo federal. Apesar da expectativa de recuperação no 3º trimestre, a estimativa do mercado é que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 feche com uma queda de 5,28%, segundo análise da pesquisa Focus do Banco Central. Se comparado ao primeiro semestre de 2019, o PIB caiu 5,9%. Os números revelam que apenas o setor produtivo teve desempenho satisfatório.