A biotecnologia foi um dos principais elementos para os bons resultados de produtividade das lavouras baianas de soja, mesmo com as intercorrências provocadas durante o ciclo. No Oeste da Bahia, a colheita está praticamente finalizada, com produtividade média entre 63 e 64 sacas por hectare.
A Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), deve divulgar ainda nesta semana, o balanço final da colheita da oleaginosa na região. Na avaliação do produtor rural, Daniel Gatto, os 42 mil hectares cultivados é de superação, isso porque desde o início do ciclo da soja 23/24, muitos foram os desafios dentro do campo.
“Dentre esses mais de 40 anos que a gente cultiva aqui, a região aqui, nunca tivemos um ano tão difícil para implantação das lavouras. Colheita também desafiadora, o clima bem diferente, teve três momentos distintos. O que foi concluído no início, uma produção um pouco mais baixa e entrou uma janela interessante de altas produtividades. E agora, no final, que é natural, tende a baixar um pouco as médias”, afirma.
O grupo que ele representa também produz sementes de soja, o que aumentou ainda mais o desafio de driblar o clima e garantir a sanidade das lavouras e a qualidade do produto final. O cuidado com o solo também foi decisivo.
“Hoje o uso de produtos apenas de determinados segmentos, apenas químicos ou apenas biológicos também não é uma regra. eu acho que a junção, o mix, e você conseguir interagir entre os dois produtos que estão disponíveis, acho que é a melhor opção”, pontua.
Matheus Medeiros é doutorando em fitotecnia e representa uma empresa especializada em biotecnologia que atende a região e conta que ela foi essencial para garantir os resultados em muitas propriedades rurais.
Segundo ele, foi necessário aumentar a resistência a doenças e a eficiência da absorção de nutrientes pelas plantas.
“Temos observado que apenas adubar mais não está aumentando a produtividade. São produtos obtidos através de processos naturais, pela fermentação de microrganismos, onde extraímos substâncias que auxiliam o produtor rural na produção de forma sustentável. Promovemos um ambiente de solo favorável, nutrição equilibrada, proteção da planta e estímulo fisiológico para alta produtividade.Há exemplos de produtividade máxima atingida de 134,4 sacas de soja por hectare. Esse é um exemplo do uso de biotecnologias no campo”, explica Matheus.
Quem está colhendo agora, confirma que a utilização da tecnologia elaborada através da natureza promove resultados a médio e longo prazo.
“Ao longo do tempo, ao longo do uso, ao longo da utilização do manejo adequado, você vem colhendo seus resultados. Dependendo dos produtos que se utilizam, diminuem um pouco os efeitos de seca, de alta temperatura, dos efeitos ambientes que, querendo ou não, a gente não controla”, conclui o produtor Daniel Gatto.
Fonte: Canal Rural BA | Edição: Carla Letícia